Em plena temporada de festas juninas, o programa Tom Maior da Sagres TV recebeu o músico Rodrigo Araújo — baiano, cantor, sanfoneiro e defensor apaixonado do forró raiz. Empunhando sua sanfona, ele compartilhou memórias e reflexões sobre a importância de manter viva a cultura nordestina, mesmo longe do berço.
“Fui criado no Nordeste, onde as festas juninas são muito fortes. Desde criança, me apeguei ao São João, e já são mais de 30 anos nisso. Aqui em Goiânia, estou há 13 anos, cantando forró e movimentando a cena. A galera gosta do Goiás”, afirmou. Apesar de ter iniciado a carreira como cantor, o artista se aproximou da sanfona por necessidade e paixão.
“Não sou sanfoneiro de origem. Sempre fui cantor, mas virei sanfoneiro na labuta, porque não tem como cantar forró sem sanfona. Fica meio esquisito. É tipo uma banda de rock sem guitarra”, comparou. Essa vivacidade tem se mostrado presente, inclusive, no crescimento do gênero em Goiás.
“Quando eu vim pra cá, todo mundo disse que eu era doido. ‘Você vai sair da Bahia pra tocar forró em Goiás?’ Até minha mãe achou estranho. Mas hoje são mais de 15 bandas de forró raiz só em Goiânia. Todo mundo com a agenda cheia. O forró cresceu aqui”, contou.
Apesar da popularização, Rodrigo ressalta a importância de manter a essência do forró, especialmente nas festas juninas. Para ele, esse é um período sagrado para a tradição nordestina. “Se você ouve um forró, você lembra da festa junina. Se você vê uma festa junina, já imagina uma banda de forró. É automático. É o que dá o tom da festa.”
Nesse sentido, ele se posiciona de forma clara quanto à presença de outros gêneros musicais nos arraiás. “Eu sou super, ultra, mega, power contra outros ritmos no arraiá. A gente não embaça no carnaval de ninguém, não embaça nos rodeios. Então por que mexer com o nosso São João?”, criticou.
“Nada contra o trabalho de ninguém, mas se eu vou num arraiá, eu quero ouvir sanfona, forró de raiz. Isso é cultura.” Rodrigo reconhece que a internet e as plataformas digitais deram nova vida ao forró, rompendo com a antiga limitação de que o gênero só poderia ser lançado e apresentado no mês de junho.
“Antes, as gravadoras só deixavam a gente lançar música em junho. Hoje, graças às plataformas, a gente pode fazer isso o ano todo. E eu trabalho o ano todo, apesar de junho ainda ser o auge da agenda.”
*Este conteúdo está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), na Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU). ODS 04 – Educação de Qualidade
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