O Conselho Deliberativo do Atlético sabe da renúncia de Mauricio Sampaio da vice-presidência do Clube desde o ultimo dia 12, data de sua carta de renúncia. Mauricio Sampaio, até 2005, não era frequentador de estádio, embora tenha nascido em berço atleticano, pois seu pai era um ferrenho torcedor do Dragão e, às vezes, o levava, quando menino, ao estádio Olímpico ou Antônio Accioly.
O Atlético ainda estava sob o efeito do trauma que o afligiu no inicio da década passada quando, por pouco, não deixou de existir. O time tinha disputado a segunda divisão do Goiano e, a rigor, tinha apenas duas pessoas que gostariam de pegar e tocar o Clube. Wilson Carlos e Valdivino de Oliveira, ou seja, era um leproso que ninguém queria nem ficar por perto.
Valdivino expurgou Wilson Carlos, trouxe pra junto de si o advogado Marco Antonio Caldas e fez desse o presidente do Conselho Deliberativo. Marcos Caldas, por sua vez, conhecia Mauricio Sampaio e o convidou para ajudar o Atlético. Depois de muita insistência, o experiente advogado convenceu o principiante Mauricio a se envolver diretamente com o Dragão.
Mauricio Sampaio, com seu jeito impaciente, logo foi demarcando área de atuação, resolvendo os problemas imediatos e, com isso, angariando o respeito dos Atleticanos. Como via que no Atlético tinha palpiteiros demais e ajuda de menos, sugeriu ao Conselho que fizesse uma “faxina” e tirasse das dependências e do dia a dia do os corneteiros que não contribuíam com uma arruela.
Feito isso, o Atlético se tornou um Clube enxuto, com poucas pessoas administrando e sem a turma do contra. A diretoria deu carta branca ao Diretor de Futebol Adson Batista que, por sua vez, retribuía essa confiança com um ótimo trabalho. De modo que o Atlético era assim: Valdivino Oliveira presidia, tinha o poder da caneta como secretario de Finanças em Goiás ou no GDF. Adson contratava e
Mauricio era o homem do varejo, aquele que resolvia os problemas diários, seja doando uma academia, pagando contas menores ou até emprestando dinheiro para aquisição de jogadores.
Nesse período, o Atlético cresceu de maneira extraordinária. Disputou a Seria C, subiu.Passou como um raio pela B,subiu. Na A, no primeiro ano, contou com a sorte e se manteve. No segundo ano disputou bem e chegou na Sul-Americana. Paralelamente a essa evolução técnica com conquistas de Campeonato Goiano e também espaço no cenário nacional, o Clube experimentou também uma evolução patrimonial, onde o Centro de Treinamento e a Concentração são os maiores exemplos.
Todos esses avanços tiveram a participação direta ou indireta do Mauricio Sampaio. Adson Batista sempre foi o braço direito de Sampaio no Atlético. O Presidente Valdivino, sem o poder da caneta, virou um marimbondo sem ferrão, não tem mais o poder de “persuasão” de outrora e foi deixando as coisas acontecerem, praticamente entregando a administração no que tange a resolver os problemas de toda natureza, na responsabilidade de Mauricio Sampaio, só que, com ele, Valdivino, decidindo à distancia, ou seja, Mauricio passou a ser um funcionário que deveria resolver tudo e se reportar ao presidente. E claro que quem conhece o Mauricio sabe que essa conta não ia fechar como não fechou.
Mauricio Sampaio deve se manifestar sobre isso, sé não o fez no sábado na Rádio 730 porque foi ponderado e não quis trazer mais intranquilidade para o time que jogaria diante do Coritiba. Razões de sobra ele tem para sair do Atlético, pois como ele sempre diz, parceiro é parceiro e faltou esse tipo de comportamento por parte do presidente Valdivino Oliveira. Com sua saída, certamente figuras que estavam afastadas do Atlético, como Carlos Gardel e Gilberto Alves Filho, vão voltar. Fica a pergunta. Qual será o futuro do Dragão?