Uma história para relembrar e prevenir. Esta história é a de 25 anos do acidente do césio 137 em Goiânia. Um evento foi realizado no Centro Cultural Oscar Niemeyer para apontar as gerações pós-césio-137 a gravidade e a importância de um dos maiores acidentes radiológicos do mundo. Teodoro Juvenal Bispo Neto, 62 anos é ex-servidor do Consórcio Rodoviário Intermunicipal (CRISA) e em 1987 foi chamado pelo governo do estado para ajudar a retirar materiais da área contaminada. 25 anos depois as pessoas que tiveram contato direto com a radioatividade, ainda reclamam da negligência do poder público do estado de Goiás em relação a apoio as vítimas, como é o caso de Teodoro Juvenal.

“A gente fica decepcionado porque hoje é um problema muito sério, não tem médico na área, fala que você está doente, morrendo. Falam que você tem que morrer mesmo porque na época foram três pessoas concretadas com caixão de chumbo. Para nós que estamos hoje contando a história, eu vou para a televisão, para o rádio, tudo quando é repórter que eu vejo hoje eu peço e a imprensa muitas vezes não passa as coisas que você fala, eles cortam. Eu espero que o governador através desse trabalho que está acontecendo aqui hoje sensibiliza e vira mais para nós com apoio, não é apoio financeiro porque não tem dinheiro que pague o que nós passamos”, explicou Teodoro.

Foi elaborado o primeiro boletim epidemiológico dos acidentados do Césio 137 em Goiânia. O gerente do Centro de Excelência em Ensino, Pesquisa e Projetos, Leide das Neves, Rafael Solto, relata que o boletim poderá ajudar o poder público a dar melhor tratamento às vítimas do césio 137 em Goiânia

“A informação que vem agregar dentro do boletim, são informações que vão subsidiar novos estudos. Dados que estavam perdidos e que hoje estão sendo consolidados. Por exemplo, o tempo que estes pacientes estão sendo atendidos no Ipasgo. Estes dados que estão dentro do Ipasgo, estão entrando agora para a nossa base de dados para compor o tipo de atendimento que eles tiveram no passado, quais são os principais problemas clínicos que estão apresentando e quais as demandas que a gente vai ter que trabalhar no futuro”, salientou.

O secretário de estado da saúde, Antônio Faleiros, que inclusive era o secretário da época do acidente radiológico, admite que o estado ainda deve muito as pessoas que são vítimas do césio 137.

“Eu dou inteira razão, acho que isso é normal mesmo para o poder público. Nós precisamos é de corrigir, o que interessa para nós é que as vítimas sejam o nosso objetivo principal. Eles não podem ter absolutamente nenhum tipo de negligência por parte do Estado. Eu quero reafirmar aqui o compromisso do governo Marconi de dar todas as condições, já estamos fazendo e revertendo esse processo na secretaria de saúde e tenho certeza absoluta que não haverá mais reclamações”, declarou Faleiros.

Teodoro Juvenal Bispo espera que realmente o estado cumpra a parte dele e pede ajuda divina. “Sei lá, acho que é só Deus mesmo para nos dar força pra gente correr atrás de um direito que nós temos. Ninguém de nós serviu, nunca que nós queremos ser heróis do Césio. Não sabíamos o que era Césio, fomos convidados para descontaminar Goiânia que era vazamento de gás. Eu ainda sai fora do controle porque na época jornalista era gravata branca e tinha uma corrida aqui no autódromo. Eu falei pra ele que não era vazamento de gás, era o Césio 137 com medo de ser mandado embora, a empresa e governo deixaram a desejar, todos eles”, finalizou.