Vereadores de Goiânia foram flagrados por gravações da polícia federal, durante a Operação Monte Carlo, em diálogos com o empresário Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira. O contraventor está preso desde a deflagração da operação e foi denunciado pelo Ministério Público Federal por crimes como, lavagem de dinheiro, crime organizado, formação de quadrilha, corrupção ativa e passiva, além de empresariar jogos ilegais.
Ouça reportagem de Rubens Salomão com os áudios das conversas{mp3}stories/audio/2012/novembro/RUBENS_S_-_ETICA{/mp3}
Nas conversas com os vereadores, Cachoeira dava orientações e recebia satisfações sobre a atuação dos parlamentares na Câmara de Goiânia. O conselho de ética da casa analisa as gravações que serão reproduzidas nesta reportagem. O vereador Pedro Azulão Júnior, do PSB, garantiu companheirismo ao bicheiro.
Já a vereadora reeleita Cida Garcêz, do PV, é irmã do ex-vereador Wladimir Garcêz, do PSDB, que chegou a ser preso por envolvimento com as atividades de Carlos Cachoeira. Em conversa com o contraventor, Cida fala sobre a nomeação de pessoas indicadas por ele no governo estadual. Em outra conversa, Cachoeira questiona a vereadora Cida Garcêz sobre o salário de um dos cargos do governo.
O vereador reeleito Elias Vaz, do PSOL, pediu, em um dos diálogos gravados pela polícia federal, satisfações à cachoeira em relação a uma demanda. Em outra conversa, Cachoeira marca de se encontrar com Elias Vaz.
O vereador Maurício Beraldo, do PSDB, que não foi reeleito, trata com Cachoeira sobre a apresentação de um parente dele ao então presidente do departamento estadual de trânsito, Detran, Edivaldo Cardoso. Já Geovani Antônio, do PSDB, combina com Cachoeira uma aposta em relação a um jogo de futebol do campeonato brasileiro de 2011.
O vereador que mais conversava com Carlinhos Cachoeira é Santana Gomes, do PSD, que assume ser amigo do empresário. Em uma das conversas, ele critica a postura do presidente da câmara, Iram Saraiva, do PMDB, que é cadeirante desde 1979.
O conselho de ética da câmara é o responsável por analisar as ações dos vereadores e tem o poder de puni-los. O presidente do conselho é o vereador Anselmo Pereira, do PSDB. Ele garante que todas as gravações passam por um levantamento e que em 10 dias, uma decisão deve ser tomada.
Outras gravações já foram reveladas depois da deflagração da operação Monte Carlo e resultou na punição de apenas um vereador. Santana Gomes foi suspenso por 15 dias em maio deste ano.
Com informações do Repórter Rubens Salomão.