A ex-senadora e atual vereadora em Maceió Heloísa Helena (PSOL) e a ex-candidata à presidência da República nas últimas eleições Marina Silva estão conversando entre si e com outras lideranças políticas do país a respeito da criação de uma nova sigla. Cotado para ser o presidente da nova legenda, Martiniano Cavalcante, descarta essa possibilidade e revela que nome do partido deve ser “Rede’.

Martiniano fala que o objetivo é criar uma legenda que seja uma opção a um vazio estrutural na política brasileira. “É um partido que surge para propor uma alternativa superior a falência da polarização política (PMDB/PT x PSDB) que domina o Brasil hoje,” explica.

O ainda presidente do PSOL em Goiás rechaça comparação entre a nova legenda e o recém-criado PSD. De acordo com Martiniano, a nova sigla terá critérios ideológicos pré-definidos para aceitação de membros, fato que não aconteceu no caso do PSD. O combate ao capitalismo voraz e a defesa de um mundo mais igualitário e fraterno são as principais exigências no perfil dos pretensos participantes da legenda que será criada.

O nome do partido ainda não foi definido. Isto deve acontecer em uma reunião que acontecerá no próximo dia 16. Uma sugestão que agradou a maioria das lideranças envolvidas e é a favorita para ser escolhida é Rede. Martiniano é um dos simpatizantes desta opção.

Segundo Martiniano, o novo partido quer usar as redes sociais para debates, para plebiscitos. Ele conta que a intenção é executar dentro da própria legenda as propostas que o grupo defende para o país. Como exemplo, ele cita a aprovação da constituinte finlandesa, que teve participação popular através das redes sociais e da lei da Ficha Limpa, no Brasil.

O nome de Martiniano é cotado para ser o novo presidente do partido, mas ele afirma que não tem essa intenção, pois no momento está trabalhando para sua sobrevivência, depois de dedicar uma vida toda à militância política.

PSOL
Martiniano Cavalcante foi um dos fundadores do PSOL. Questionado se o novo partido estaria sendo criado com o mesmo propósito do anterior, o ex-candidato a vários cargos em Goiás confirmou. Mas, ele criticou decisões tomadas pela sigla. A principal delas foi a escolha de Plínio de Arruda Sampaio para concorrer à presidência em 2010. “O partido nasceu com a senadora de maior referência do Senado, embora isolada. Ela abriu mão de uma reeleição segura, para candidatura a presidência, para contribuir com a construção dessa utopia. Depois, o partido lança um candidato que teve 10% da votação dela, com um discurso que não tinha nada a ver com o da Heloísa. Um discurso que retomava a velha esquerda autoritária. O Plínio atacava as pessoas que propunham uma política mais ampla e defendia a revolução no abstrato. Nisso o PSOL perdeu seu ponto histórico. É uma legenda importante, mas longe de ser uma alternativa para o Brasil,” explica.