A cidade começou 2013 com lixo por toda parte e o fato é que o aedes aegypti agradeceu. Do Natal ao Carnaval, quem faz a festa é o mosquito. As autoridades admitem que já são 12 mil infectados apenas em Goiânia, sem contar que estatística oficial sempre beneficia os órgãos públicos. Entre os registrados e a subnotificação, calculam-se que 200 mil goianos já tiveram ou estão com dengue neste ano, quase 7mil por dia. Um Estado que se vangloria de ter vencido o atraso está sendo derrotado por um inseto, que é símbolo do… atraso.
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Todos os dias, fazemos aqui na 730 a Rede Clube de Rádios, conversando com emissoras das mais diferentes regiões de Goiás. As observações mais frequentes dos colegas do interior são acerca da dengue e dos buracos nas estradas. O governo assegura ter reconstruído cerca de metade das GOs, mas ninguém consegue acabar com nem um terço da dengue. Aliás, pelo contrário, o mosquito tem conquistado espaço, inclusive no cofre. A mais nova ideia é contratar carro alegórico de fumacê para desfilar no Carnaval.
As autoridades de saúde pública deveriam se envergonhar de ainda existir dengue no Brasil. E, mais ainda, de a doença atingir tanta gente. Nenhuma outra enfermidade “conquistou” tão grande número de vítimas no momento e nenhuma é tão facilmente evitável. Quando as autoridades aparecem não surgem com soluções, mas com discurso, como se palavra matasse mosquito. Elas culpam a população, só que elas têm o poder de entrar nos imóveis fechados, revistar a casa de quem quiserem, mesmo que o morador não permita.
Lamentável que um mosquitinho tão pequeno exponha uma incompetência tão gigantesca.