Um estudo da Secretaria de Planejamento de Goiás (Segplan) mostra que em uma década, cresceu 12,74% o percentual de mulheres que chefiam o domicílio familiar em Goiás, passando de 23,94% para 36,68%. Nesse período (2000 a 2010), vários outros indicadores que atestam a emancipação feminina na sociedade goiana também cresceram, como escolaridade, renda e avanços no campo comportamental. Esse novo perfil da mulher goiana é mostrado em um estudo divulgado nesta semana pela Gerência de Estudos Socioeconômicos e Especiais do Instituto Mauro Borges (IMB) da Segplan.
O estudo foi elaborado para melhor conhecer os traços demográficos e sociais da mulher de Goiás. Foi possível definir o perfil demográfico e traços do comportamento feminino nos lares. Mas nem tudo são flores no estudo. Os dados compilados pelos técnicos do IMB/Segplan a partir de diversas informações do IBGE, mostram que a mulher em Goiás, como de resto em todo o País, ainda precisa enfrentar muitas dificuldades e desafios, como gerir baixos orçamentos frente ao aumento de sua responsabilidade domiciliar e lidar com a dupla jornada, dentro e fora de casa.
Em que pese ter ampliado consideravelmente sua escolaridade e qualificação, chegando a superar a comunidade masculina nesses quesitos, a mulher ainda sofre com a discriminação salarial. Segundo o estudo, no ensino superior as mulheres predominam em Goiás. Em 1997, para cada 100 homens matriculados no ensino superior havia 137 mulheres. Em 2009 para cada 100 homens foram computadas 160 mulheres. No entanto, o estudo compara salários em diferentes segmentos de mercado e constata que apenas na construção civil a mulher consegue rendimento maior do que o do homem.
“Isso pode ser explicado pelo número reduzido de mulheres que trabalham neste segmento. Assim, o fato de ter mulheres trabalhando na construção civil em cargos de maior remuneração, como o de engenheira civil, pode suscitar essa diferença. Mas no geral, observa-se que o salário médio em 2011 das mulheres ficou abaixo do ganho médio masculino”, anota os pesquisadores do IMB/Segplan.
Censo 2010
De acordo com o Censo 2010 do IBGE, em Goiás as mulheres representam 50,34% da população. São 3.022.161 mulheres, a maioria (2.756.528 – 91,21%) vivendo nas áreas urbanas e outras 265.633 (8,79%) vivendo nas zonas rurais. Em 2000 eram 2.510.790 mulheres – o que representava 50,18% de toda a população do Estado. Em 2000 a presença da mulher no campo era maior: 89,05% habitavam na cidade e 10,95% residiam nos limites rurais, o que mostra que a mulher também tem buscado mais os grandes centros à procura de oportunidades de trabalho e melhoria de nível educacional.
O estudo aborda vários outros aspectos do público feminino em Goiás, incluindo um interessante parâmetro socioeconômico entre as mulheres solteiras e casadas e dedica um capítulo especial às trabalhadoras domésticas. Contingente antes numeroso não só em Goiás, a profissão de domésticas é cada vez mais uma ocupação relegada pelas mulheres. Em Goiás são 180.813 domésticas, segundo o Censo 2010 do IBGE. Esse quantitativo representa apenas 5,98% de todas as mulheres goianas. O estudo pode ser conferido no site do IMB/Segplan (www.imb.go.gov.br).