A emoção deu a tônica e quase que o impossível virou possível no Santiago Bernabéu. O quase, de nada adiantou. O Real Madrid, empurrado durante todo o tempo por sua torcida, esbarrou muito na defesa alemã, mas marcou dois gols nos 10 minutos finais e transformou toda a atmosfera do estádio, mas mesmo assim não quebrou a vantagem do Borussia Dortmund: 2 a 0 no placar final para o Real, 4 a 3 no agregado para o Borussia
O time alemão chega a sua 2º final na história da Champions League, que será definida no dia 25 de Maio, em Wembley, contra Barcelona ou Bayern de Munique, que se enfrentam nessa quarta-feira. O Real Madrid acumulou uma estatística indigesta: foi eliminado na terceira semifinal seguida, comandado pelo mesmo técnico, José Mourinho, a segunda vez para um time alemão.
O Jogo
O missão tinha tudo para ser impossível, mas o clima no Santiago Bernabéu era positivo demais para os jogadores do Real Madrid não acreditarem no milagre. Com direito a mosaico e gritos de “Si, se puede”, os merengues partiram para cima logo no início, aos quatro minutos, quando Ozil serviu Higuaín, que chutou forte, mas Weidenfeler colocou para escanteio. Aos cinco, o Borussia respondeu, com Lewandowski chutando de frente para o gol, mas fraco, para defesa fácil.
O susto na defesa não impediu o ímpeto madrilhenho. Aos 13, após bate-rebate, a bola sobrou livre para Cristiano Ronaldo, que chutou forte, mas Weidenfeler fez o milagre que o Real precisava. Aos 15, foi a vez de Ozil, lançado do lado direito, chutar na cara do goleiro alemão, mas a bola passou raspando a trave. Apesar do abafa merengue e dos espaços deixados dos dois lados, os times não conseguiram mais chegar com perigo, principalmente pelos números de passes errados, mostrando o nervosismo a flor da pele.
2º tempo
A etapa final foi bem mais movimentada, já que era tudo ou nada para o time espanhol. Só que o efeito foi contrário. Indo para cima, o Real deixou espaços e o Dortmund aproveitou. Aos três minutos, Grosskreutz criou a jogada e fez o cruzamento para Lewandowski, que cabeceou para fora. Aos quatro, o atacante polonês, carrasco no primeiro jogo, teve a melhor chance da partida: após jogada inteligente de Reus, o camisa 9 chutou forte, no alto, mas a bola explodiu no travessão, na linha do gol e saiu, caprichosamente.
Mourinho, então, ousou, e colocou Kaká e Benzema nos lugares de Fábio Coentrão e Higuaín. Os espaços, que já eram grandes, ficaram enormes. Aos 15, Reus foi na ponta e cruzou para Gundogan, de frente para o gol, na marca do pênalti, só balançar a rede, mas Diego Lopes voou na bola e fez defesa milagrosa. O Real, mais ofensivo, esbarrava na boa defesa alemã, mas chegou mais próximo do gol aos 21, quando Di Maria tentou cruzamento, mas ninguém completou.
Aos 31, o Borussia chegou mais uma vez com em tabela de Reus e Grosskreutz, onde Reus serviu Lewandowski, na marca do pênalti, que chutou, mas a bola, que já havia passado pelo goleiro, foi “defendida” com o corpo por Essien, salvando o Real. A partida mudou aos 36min: Kaká fez jogada na direita e cruzou para Benzema, que só teve o trabalho de tirar de Weindenfeler. O gol tornou o Santiago Bernabéu em um caldeirão, e o Borussia sentiu o golpe.
Aos 42, depois de uma pressão absurda, o Real marcou o segundo. Depois de cruzamento da direita, Benzema, sem marcação, rolou atrás para Sérgio Ramos, que ajeitou e disparou de esquerda, no alto, sem reação nenhuma para Weidenfeler. A torcida, a beira de invadir o gramado para fazer o gol que classificaria o Real, não esperava que o controle alemão voltasse no momento mais crucial. O Borussia tocou a bola e esperou o arbitro apitar o fim do jogo aos 51 minutos da etapa final.
FICHA TÉCNICA
REAL MADRID 2 X 0 BORUSSIA DORTMUND
Local: Santiago Bernabéu, em Madri (ESP)
Data-hora: 30/04/2013, às 15h45 (de Brasília)
Árbitro: Howard Webb (ING)
Auxiliares: Darren Cann (ING) e Michael Mullarkey (ING)
Gols: Benzema (37’/2ºT), Fábio Coentrão (43’/2ºT)
Cartões amarelos: Fábio Coentrão, Higuaín (REA), Gundogan, Bender, Weidenfeller (BOR)
REAL MADRID: Diego López, Essien, Varane, Sergio Ramos e Fábio Coentrão (Kaká); Xabi Alonso (Khedira), Modric e Özil; Di María, Cristiano Ronaldo e Higuaín (Benzema). Técnico: José Mourinho
BORUSSIA DORTMUND: Weidenfeller, Piszczek, Subotic, Hümmels e Schmelzer; Gundogan, Bender (Felipe Santana) e Götze (Grosskreutz); Blaszczykowski, Reus e Lewandowski (Kehl). Técnico: Jürgen Klopp