A Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática, a COP 28, realizada de 30 de novembro a 12 de dezembro no Expo City Dubai em Dubai, foi marcada por discussões intensas e acordos significativos que moldarão as políticas climáticas globais nos próximos anos.
A Importância da Comitiva do Brasil na COP 28
A comitiva do Brasil teve um impacto significativo na COP 28, apresentando uma agenda robusta focada em sustentabilidade, proteção da Amazônia e justiça climática. O pavilhão do Brasil, um dos mais visitados da conferência, serviu como um ponto de encontro para discussões sobre soluções inovadoras e políticas ambientais. O pavilhão destacou projetos de conservação, energias renováveis e o papel vital das comunidades indígenas na proteção dos ecossistemas.
Integraram a delegação brasileira na COP 28 1.337 pessoas dentre membros e representantes de governos municipais e estaduais, dos poderes legislativos e judiciários, além de empresários, ativistas, acadêmicos dentre outros interessados no desafio das mudanças climáticas.
Liderança Presidencial e Compromisso Governamental
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva liderou a comitiva, sublinhando a importância da ação climática no topo da agenda política do Brasil. Em seus discursos e reuniões bilaterais, Lula enfatizou a responsabilidade compartilhada entre as nações para enfrentar a crise climática. Ele reiterou o compromisso do Brasil com a meta de zerar o desmatamento ilegal até 2030, uma iniciativa essencial para reduzir as emissões de carbono e proteger a biodiversidade da Amazônia.
Marina Silva: Advocacia Ambiental e Políticas Públicas
Marina Silva, ministra do Meio Ambiente, levou à COP 28 sua experiência com a floresta Amazônica. Durante a sua participação no painel “Protegendo a natureza para o clima, vidas e subsistência”, Marina destacou a importância das políticas públicas integradas no Brasil que promovam a sustentabilidade. “Proteger florestas é proteger o equilíbrio do planeta e dos oceanos. Muito obrigada por essa honraria. E eu quero deixar nos anais deste encontro o seu discurso, que com certeza é um discurso histórico, e que Vossa Excelência me deu a honra de fazê-lo. Só foi possível alcançar o que alcançamos porque, em seu primeiro governo, conseguimos reduzir desmatamento por mais de uma década em 83%. Evitamos lançar na atmosfera 5 bilhões de toneladas de CO₂ e fomos responsáveis por criar 80% das áreas protegidas que foram criadas no mundo de 2003 a 2008” disse a ministra fazendo referência ao governo do presidente Lula. Marina enfatizou a necessidade de financiamento internacional para projetos de conservação e adaptação climática, especialmente na Amazônia. Seu papel foi crucial para articular a visão do Brasil e buscar parcerias estratégicas com outros países e organizações internacionais.
Sonia Guajajara: Voz dos Povos Indígenas
Sonia Guajajara, ministra dos Povos Indígenas, foi uma presença impactante na COP 28, representando as vozes e os direitos das comunidades indígenas do Brasil e assumiu a presidência da delegação brasileira em Dubai por indicação do presidente. Em suas intervenções, Sonia destacou a interdependência entre a proteção dos territórios indígenas e a sustentabilidade global. Ela advogou por um reconhecimento maior do conhecimento tradicional indígena nas soluções climáticas e pela proteção dos direitos dos povos indígenas como uma componente central da ação climática.
Principais Acordos e Resultados da COP 28
A COP 28 foi marcada por avanços importantes, incluindo a renovação do compromisso global de limitar o aquecimento global a 1,5°C acima dos níveis pré-industriais. Além disso, foram estabelecidos novos mecanismos de financiamento para apoiar países em desenvolvimento na adaptação e mitigação dos efeitos das mudanças climáticas.
Um dos acordos mais significativos foi a criação de um fundo específico para perdas e danos, destinado a ajudar os países mais vulneráveis a lidar com os impactos inevitáveis das mudanças climáticas. Este fundo é visto como um passo crucial para a justiça climática, garantindo que as nações ricas, responsáveis pela maior parte das emissões históricas, contribuam para a recuperação e adaptação dos países em desenvolvimento.
O Papel do Brasil no Futuro da Ação Climática
A participação ativa do Brasil na COP 28 reforça seu papel de liderança nas questões ambientais globais. O compromisso com a proteção da Amazônia e o apoio às comunidades indígenas são exemplos claros de como o país está alinhado com os objetivos climáticos globais. A atuação de Lula, Marina Silva e Sonia Guajajara demonstra que o Brasil está preparado para assumir uma posição de destaque na construção de um futuro mais sustentável e, assim, assumir a COP 30 em Belém do Para com maestria e compromisso.
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