Medo, angústia, expressão de terror, ansiedade, gestos descoordenados, gritos e choros no meio da noite. Dessa forma o distúrbio de sono chamado Terror Noturno é descrito e atinge mais crianças do que adultos em todo o mundo.

As causas ainda são desconhecidas e, apesar de não existir um tratamento para o distúrbio, a psicologia infantil aponta métodos para que se evite essa inquietação. A psicanalista infantil Marcela Haick garante que atividades como exercícios físicos e terapia podem ajudar a conter a crise.

“Costuma vir acompanhado de um pesadelo, então não é um sono simples em que ela conversa, e sim um sono em que ela está tendo uma experiência de angústia. Tentar aliviar o estresse com ioga ou terapia, pois diminui bastante para quem tem esse tipo de manifestação frequente, tudo isso é válido. A medicação não trata do inconsciente, e sim daquele sintoma orgânico, e o que vale de fato é arrumar vias de se acalmar”, explica.

A manifestação é mais comum em crianças de quatro a 12 anos de idade, mas caso o distúrbio persista na fase adulta, a psicanalista orienta a pessoa para que tente tratar a área emocional, que pode estar abalada. A crise durante o sono pode durar até três minutos. Os profissionais da saúde aconselham a não intervir no momento do terror noturno e apenas assegurar que a criança ou o adulto não se machuque.

O que é?

De acordo com o Conselho Médico do BabyCenter Brasil, o Terror Noturno é um transtorno do sono misterioso, que ocorre quando a criança está numa fase em que dorme profundamente, mas não sonha. 

Durante uma crise, a criança pode chorar, gritar, gemer, sentar na cama e se debater. Mesmo que ela esteja de olhos abertos, não sabe que você está ali e não se acalma. A crise pode durar alguns minutos ou até mais de meia hora e, depois que passa, a criança volta a dormir. No dia seguinte, não vai lembrar de nada. 

Os terrores noturnos costumam acontecer na primeira metade da noite. Uma estratégia, segundo o conselho, se nada mais estiver funcionando, é dar uma leve acordada na criança de uma a duas horas depois de ela ter adormecido — cerca de 15 minutos antes do horário em que as crises costumam acontecer. Com isso, o padrão de sono é alterado e há a possibilidade de o episódio de terror noturno ser evitado.