A noite de quinta-feira (13) foi marcada por mais um protesto contra o aumento das tarifas no Centro de São Paulo. Ao menos 235 pessoas foram detidas pela Polícia Militar. Esta foi a quarta manifestação e a que teve o maior número de presos.
De acordo com a polícia paulista, 231 detidos foram ouvidos e liberados. Outros quatro foram autuados por formação de quadrilha. Eles estão presos na carceragem do 2º Distrito Policial em Bom Retiro. Eles devem ser transferidos para o Centro de Detenção

Provisória (CDP) nesta sexta-feira (14).
O prefeito Fernando Haddad (PT) criticou a ação da polícia durante os protestos desta quinta-feira. “Na terça, a imagem que ficou foi da violência dos manifestantes. Hoje, infelizmente, não resta dúvida, a imagem que ficou e da violência policial”.

Protesto
As pessoas começaram a se aglomerarem por volta das 16 horas. Os policiais se concentravam em frente a prefeitura de São Paulo. O viaduto do Chá foi fechado pelos militares. Antes mesmo do início do protesto, 30 pessoas já havia sido detidas, entre elas o repórter da Carta Capital, Pero Locatelli.

O confronto aconteceu quando aproximadamente 5 mil manifestantes tentaram seguir pela Avenida da Consolação rumo à Avenida Paulista. Os policiais atacaram com bombas de gás lacrimogêneo e tiros de borracha. Os manifestantes revidavam com pedras e diversos outros tipos de objetos.

Negociações
Na quarta-feira (12), o Ministério Público de São Paulo se reuniu com representantes do Movimento Passe Livre (MPL), que organiza os protestos contra o aumento da tarifa do transporte coletivo. O órgão se comprometeu a buscar uma solução junto ao prefeito Fernando Haddad e o ao governador Geraldo Alckmin (PSDB). Inicialmente, o MP deve pedir a suspensão por 45 dias do aumento do valor, que subiu de R$ 3 para R$ 3,20.

Tanto o governador como o prefeito descartou o cancelamento do reajuste. Ambos alegaram que o índice de aumento foi inferior à inflação.