Junior Kamenach
Junior Kamenach
Jornalista, repórter do Sagres Online e apaixonado por futebol e esportes americanos - NFL, MLB e NBA

Saiba o momento ideal para começar o acompanhamento com o médico oftalmologista

A saúde dos olhos deve ser prioridade desde os primeiros dias de vida. Essa foi a principal mensagem do oftalmologista Henrique Rocha, em entrevista ao programa Tom Maior do Sistema Sagres, ao falar sobre a importância do acompanhamento oftalmológico precoce. “Existe, sim, um momento ideal para começar. É logo no nascimento”, afirmou Henrique.

“O teste do olhinho, por exemplo, já é uma forma de detectar alterações graves, como retinoblastoma ou catarata congênita, que exigem intervenção ainda nos primeiros meses de vida.” O médico explicou que a visão não é apenas ocular, mas também cerebral. O estímulo visual correto durante a infância é fundamental para o desenvolvimento adequado do cérebro.

“Se houver qualquer alteração que impeça a luz de chegar à retina e isso não for tratado até os 7, no máximo 10 anos, essa criança pode desenvolver ambliopia, o famoso ‘olho preguiçoso’, que em casos graves pode até resultar em cegueira”, alertou.

Durante a entrevista, Henrique destacou a necessidade de consultas regulares mesmo na ausência de sintomas. “Temos inúmeras doenças que são silenciosas. Um exemplo é o glaucoma, que não dói, não dá sinais claros no início, e quando o paciente percebe, já perdeu parte da visão”, explicou. “Por isso, a prevenção é quase um dever de utilidade pública.”

O médico ainda relatou um fenômeno preocupante que tem ganhado destaque em congressos internacionais: a chamada pandemia de miopia. “Até 2050, 50% da população mundial terá miopia. Isso está diretamente ligado ao uso precoce e excessivo de tablets e celulares. A luz e a distância focal fixa dessas telas provocam um crescimento anormal do globo ocular, gerando o erro refrativo.”

Segundo ele, países asiáticos como Japão, China e Coreia já adotaram medidas preventivas, como a prescrição médica de duas horas diárias de atividades ao ar livre para as crianças. “É fundamental restringir ao máximo o uso de telas até os seis anos. O ideal é zero contato com tablet ou celular até os três”, afirmou.

A rotina dos pais, no entanto, pode tornar esse controle difícil. “Eu sou pai de dois filhos, sei como é tentador usar a tecnologia para entreter. Mas o preço disso pode ser alto”, disse o especialista, recomendando que, se necessário, opte-se pela televisão — desde que a criança esteja a uma distância segura.

Henrique também orientou sobre os sinais que devem acender o alerta em casa. “Esbarrar com frequência, se aproximar demais da televisão, não reconhecer os pais de longe, tropeçar com facilidade ou apresentar dificuldades na escola podem ser indicativos de problemas visuais”, pontuou. Segundo ele, dores de cabeça são mais raras em crianças pequenas por causa da capacidade de adaptação ocular, mas também podem ocorrer.

Por fim, o oftalmologista fez um apelo: “Muitas crianças chegam à fase adulta sem saber que têm visão apenas de um olho. Se tivessem sido levadas ao médico na infância, poderiam ter desenvolvido a visão plenamente. A consulta oftalmológica deve fazer parte da rotina pediátrica.”

*Este conteúdo está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), da Agenda 2030, da Organização das Nações Unidas (ONU). ODS 03 – Saúde e Bem-Estar

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