A cidade não vê o progresso anunciado no combate à violência e o fato é indesmentível: o governo se escora na lógica de que o alto número de crimes de 2012 é parâmetro para analisar melhoria neste ano. Em vez de reconhecer os erros e trabalhar para corrigi-los, a providência é tapar o sol com o sangue das vítimas. Como fracassa em suas políticas, o governador Marconi Perillo tenta encobrir as falhas criando cargos para apaniguados. Agora, os fiascos reunidos na Secretaria de Segurança Pública e Justiça foram repartidos em duas pastas. O que não prestava em uma, não vai prestar em duas. Com isso, Marconi repete as falhas do pior governador da história de Goiás, Fracalssides Rodrigues. Aliás, em termos de segurança, é necessário reconhecer que a criatura Fiascalcides se saiu melhor que seu criador Marconi.
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A atual equipe, com 55 integrantes no primeiro escalão, é a maior de todos os tempos, supera em número até a do Preguicides Rodrigues. Convém ressaltar que, nas palavras de Giuseppe Vecci, até agora não desmentidas nem punidas, os membros do governo são “bandidos”, que “nunca trabalharam, nunca estudam e não têm moral”, metidos em “esquemas que não sejam de interesse público na administração”. O primeiro serviço da nova secretaria tem de ser a descoberta desses criminosos incrustados no poder.
Em seu primeiro mandato, Marconi queria unificar as polícias Civil e Militar. Depois das lamúrias corporativistas, esqueceu o assunto. Agora, as polícias são três, porque se acrescentou a Técnico-Científica. Manter feudos em nada melhora a situação, pois agora são três as sucatas, cinco se contadas as secretarias. Se a ideia era gerar identidade entre os assuntos, nada feito, pois a babel se mantém na Secretaria de Justiça: os presidiários serão tratados no mesmo patamar de quem reclama no Procon.
Reafirma-se a prática de inflar a folha quando não conseguir esvaziar os índices ruins. O resultado é visto nas ruas, principalmente nas esquinas, nas vielas, nas baixadas de córrego: é crime para todo lado, contra todo mundo, a toda hora, em todo lugar, de todo jeito. Enquanto a população segue intranquila, os amigos do poder e do alheio estão sossegados, uns com mais cargos para distribuir aos fichas-sujas, outros com a impunidade garantida ou seu assalto de volta.