Era apenas uma entrevista para convocar o torcedor para a estreia de Róbston e explicar o preço dos ingressos majorados para a partida, mas foi bem além disso. O diretor de futebol do Vila Nova, Newton Ferreira, foi entrevistado no programa “Debates Interativos”, da RÁDIO 730, nesta quinta-feira, e abriu o jogo quanto a diversos assuntos que envolvem o Tigrão.
Além de confirmar o preço de R$50 para arquibancadas e R$100 para as cadeiras, para o duelo contra o Betim-MG, na estreia de Róbston, o dirigente foi questionado sobre o planejamento da nova diretoria, pediu paciência para a torcida pelo trabalho a médio/longo prazo e falou abertamente da dívida do clube. Além disso, explicou sobre o caso Jubal, que não pertence mais ao Vila e agora é do Santos, e também da engenharia para trazer Róbston.
Planejamento e paciência
“Eu vou ser bem claro: quem estiver descontente, pode vazar de lá. Pode ir embora. A primeira coisa que a gente tem que fazer no Vila, que esse grupo voltou, é dar credibilidade. Quem não tava recebendo, quem não tinha condição de trabalho, tem tudo isso agora, quer discutir o que? Esses, pra mim, não falaram ainda. Ele vão me procurar hoje, se estiverem descontentes, vão expor pra mim”, relatou sobre a proposta de premiação para a Série C, que visava pagar os jogadores com parte da renda no Serra Dourada.
“Acho que um jogador que não tinha condição de trabalho, alimentação ruim, transporte ruim, material de treino ruim, tudo ruim, agora em 40 dias já receberam duas folhas, no sacrifício que nós estamos para viabilizar o clube. A primeira prioridade nossa, ponham na consciência de todos vocês, é credibilidade, o Vila perdeu isso, ninguém queria vir para o Vila. Estamos fazendo o alicerce e vai demorar um tempo, tem que ter paciência”
“Ninguém aguentar tocar o Vila do bolso. Já tivemos duas ou três experiências que saíram de lá execrados, eu inclusive fiz parte de uma dessas, e adiantou o que? Todo mundo pediu para voltar. A gente nem tomou posse direito e todo mundo quer cobrar que tem que resolver todos os problemas do Vila? Isso vai ser resolvido paulatinamente, durante três, quatro, cinco anos. O povo tá achando que é brincadeira, quer voltar para quem tava? Vamos entregar”
Dívida colorada
“Nós entramos pensando que era um tanto, já foi mais do dobro, e todo dia surge um problema novo. O que nós temos ciência é os que estão lançados, o Barros tem lá um tanto de dinheiro, o Sizenando tem um tanto, nós que saímos em 2005 temos outro tanto. O Vila deve R$40 milhões, e tem contas que são iminentes, como as trabalhistas”
“Tem que tomar providência e punir. Eu vejo as críticas: ‘o Barros tem R$8, R$10 milhões no Vila’, mas você já viu o Barros acionar o Vila na justiça? Não. O Sizenando tem tantos milhões no Vila, você já viu ele acionar e querer receber? Não. O rombo que ficou foi depois deles. Eu tenho dinheiro lá e nunca acionei, se eu não tenho capacidade de administrar o dinheiro na minha gestão, vou receber na gestão dos outros? Isso não existe”
Contratação de atacante
“Eu tenho consciência que o Vila precisa ainda de uma ou duas peças, mas nós não temos condições financeiras agora e vamos continuar com o que está aí”
Caso Jubal
“Eu vou responder da seguinte forma: o Vila recebeu R$130 mil e assinou os documentos para ele, o resto é problema de administração anterior e eu não vou entrar nisso não. O documento que tem lá é do Eduardo Barbosa com a firma JR ( de Jair Rabelo).
Chegada de Róbston
“Como vocês sabem, o Márcio (Bittencourt) saiu, devolvemos um jogador do Atlético-PR, um do Santos e encolhemos a despesa. O Atlético está arcando com a metade e o Vila com a metade, dentro da mesma planilha, não aumentou um centavo a despesa. Nós já diminuímos R$60 mil da despesa mensal, com essas contratações. Tá tudo fluindo do jeito que tinha que fluir, só não tem receita e a gente fica no sacrifício”