O torcedor colorado estava empolgado para comparecer ao estádio Serra Dourada e empurrar o time em busca de mais uma vitória na competição. Ao todo, 18109 pagantes estiveram presentes para celebrar o aniversário do clube e a busca pela liderança do Grupo B. Após o apito final, o time foi obrigado a comemorar um empate sem gols em casa, se preocupar com uma monotonia dentro e fora de campo e a decepção consumiu a todos. O resultado mantém o Vila no G4, cai para a quarta colocação e tem o Caxias-RS pela frente no próximo domingo.
Inicio o texto comentando a presença de público do estádio. Achei pouco. Ficou abaixo do esperado. Mas não fiquei decepcionado só com a presença, mas com o comportamento. Uma postura morna, as vezes omissa. Se tivesse 40 mil com esta condição, sequer notaríamos a presença de público, exceto nos escassos lances de perigo do ataque colorado. Prepararam faixas, mosaicos e balões que ficaram escondidos. Nem foi cantado o tradicional “Parabéns pra você” antes do jogo ou no intervalo da partida. Também não vou desmerecer o esforço daqueles que estiveram lá – o time goiano teve o oitavo maior público do futebol brasileiro neste final de semana.
Dentro de campo, o meio campo foi o setor mais comprometido na equipe vilanovense, como consequência, o ataque nem existiu durante os 90 minutos. A defesa desprotegida se virava do jeito que dava dos lances de perigo. Lembro: o Vila não foi goleado por um milagre “franciscano” (uma brincadeira pela homenagem feita a presença do papa no Brasil que alguns conselheiros e torcedores fizeram chacota). Robston não se encontrou no jogo. Se esforçou, mas volto a dizer: o futebol é um esporte coletivo e um clube no contexto do Vila Nova não pode escorregar em individualidades. Só vai ter sucesso no conjunto. Não há sumidade, nem mesmo o Robston está acima das demais opções para o meio campo vilanovense. Ele ainda cometeu um pênalti não assinalado, fato que comprometeria a estreia e a imagem do jogador.
No embalo e na emoção de desmerecer tudo que não funciona, Hermógenes Neto passou de santo a vilão. HN é um excelente profissional e apaixonado pelo time. Não foi bem em iniciar com o Robston entre os titulares, se precipitou em tirar Alexandre Carioca para a entrada do Felipe Brisola aos 11 minutos do segundo tempo. Desestabilizou e confundiu taticamente os jogadores dentro de campo. Avalio como um erro de estratégia e não como uma falta de qualidade. O mundo colorado precisa ter paciência.
O melhor jogador do Vila Nova em campo foi o goleiro Marcelo Pitol. De fato, ele contou com a sorte em alguns lances e fez importantes defesas ao evitar que o ataque do Betim fizesse o gol. Foi o mais decisivo para que o time não perdesse a invencibilidade jogando em casa. Espero que a diretoria tenha calma para agir e se proteger do assédio que virá dos clubes da Série B. O Avaí foi o primeiro a anunciar o Marco Aurélio. O Vila por precaução o tirou de campo. A multa está na casa dos 300 mil e a diretoria colorada promete não abrir mão do jogador sem o pagamento integral da rescisão contratual.
E neste ponto eu faço uma ressalva. Eu disse no post anterior que havia uma regressão da multa. Me lembrava que isto havia acontecido com o atacante Marcão no Atlético-GO no ano passado. Conversando com alguns juristas esportivos, eles me explicaram que isto só vale para contratos assinado até 2011. Depois desta data, a Lei 9615, a lei Pelé, mudou e não prevê mais o termo “regressão contratual”. DESTA FORMA, corrijo a informação trazida no post anterior e REINTERO que para o atacante sair ou vai pagar a multa integral ou o clube irá negociar. Hoje o presidente executivo, Joas Abrantes, conversou com Marco Aurélio na sede do clube e de acordo com ele, não há nada definido.