Há duas semanas a família do açougueiro Irineu Neto da Cruz, de 46 anos, vive um drama. O homem está com queimadura de segundo e terceiro grau em 70% do corpo, mas não consegue vaga no Hospital de Queimaduras para fazer o tratamento adequado. Ele está internado no Hospital do Garavelo em estado grave.
De acordo com a filha de Irineu, Ariane Gomes, o pai passava a noite de réveillon em uma chácara, em Montes Claros de Goiás, cidade que fica a 290 quilômetros de Goiânia. Ao usar o fogão para preparar comida para ele e o pai dele que também estava no local, a mangueira do gás se soltou e o fogo se alastrou pelo cômodo. O açougueiro perdeu a consciência e caiu sobre um colchão que estava em chamas.
A filha conta que as queimaduras que haviam atingido a segunda camada da pele já chegou à terceira. “O médico do Hospital Garavelo me disse que o estado dele é grave,” conta.
Na última semana, o Hospital Geral de Goiânia (HGG) recebeu o pedreiro Marcio Rony da Cruz Nunes, que teve 70% do corpo queimado ao tentar salvar uma criança em chamas durante ataque de bandidos à ônibus do transporte coletivo de São Luís (MA). No início desta semana, o homem foi transferido para o Hospital de Queimaduras.
Ariane questiona a situação. “O rapaz de fora tem vaga, enquanto os que moram aqui no Estado não tem vaga no Hospital de Queimaduras,” diz. Ela acredita que a escolha tem a ver com a repercussão de cada um dos casos.
A filha de Irineu afirma não ser contra o Estado de Goiás tratar do maranhense, mas pede que o mesmo atendimento seja oferecido aos goianos.