Uma cena chamou a atenção no último final de semana esportivo no mundo. Na vitória do Barcelona de virada por 3 a 2 sobre o Villarreal, pelo Campeonato Espanhol, o lateral brasileiro Daniel Alves foi vítima de um ato racista, ao ver uma banana ser arremessada em sua direção. Porém, a reação do atleta foi inusitada e repercutiu mundialmente na luta contra o racismo. O brasileiro pegou a banana atirada e a comeu. Depois, bateu o escanteio e continuou a partida normalmente.
O acontecimento solidarizou esportistas e atletas de todo o mundo, que mandaram seu apoio ao lateral da Seleção Brasileira e até criaram uma corrente nas redes sociais. Em Goiás, o goleiro Márcio, amigo pessoal de Dani Alves e padrinho de seu filho, e o volante Radamés, amigo de Arouca e Tinga, que também sofreram com o problema recentemente, aderiram ao movimento e comentaram o caso:
“Isso já se tornou um assunto muito sério, que tem que ser tratado com a seriedade que merece. A forma como o Daniel lidou com essa situação nesse episódio, para mim, é como nós devemos reagir daqui para frente. Quanto mais for ignorado esse preconceito e essas pessoas, a situação tende a melhorar. O Daniel admitiu que não imaginava que fosse dar tamanha repercussão, mas que bom que deu, porque foi positivo e mostra muito a força dele”, declara o amigo Márcio.
Ele engrossa o discurso contra o racismo e espera que a atitude de Daniel faça o assunto ser tratado com mais seriedade. “Espero que as pessoas entendam que o preconceito não nos leva a lugar nenhum, pelo contrário, nos deixa estagnados na ignorância. Realmente somos todos iguais, não há diferenças para que existam esse tipo de situações. O Daniel foi muito bem, espero que a partir de agora o assunto possa ter uma evolução no sentido de minimizar o problema “.
Radamés, jogador colorado, também repercute o acontecimento e lamenta mais um episódio de racismo no futebol. “Tenho contato direto com jogadores que recentemente sofreram também com o racismo, caso do Arouca e do Tinga. Em pleno Século XXI, com tanta modernidade, com tanta coisa boa para se falar e se fazer, ainda acontecer esse tipo de coisa é lamentável. O pior de tudo é que acontece em país de primeiro mundo, onde todos falam que é mais civilizado. Somos todos iguais e somos mesmo, independente de qualquer coisa”.
O volante também elogia Daniel Alves e vê o atleta como exemplo a ser seguido: “É uma coisa muito babaca, inadmissível aceitar e ver uma cena desse tipo. Quanto mais se fala, quanto mais as pessoas se unem para combater, parecesse que vem aparecendo mais. Foi com o Arouca, com o Tinga, o árbitro Márcio Chagas, o Neymar e agora o Daniel. Todos que sofrem com esse tipo de preconceito deveriam fazer igual o Daniel, brincar com o preconceito, não se importar, essa pode ser a melhor resposta que alguém pode dar”.