Foi uma verdadeira batalha, um jogo de decisão e que valia uma passagem para a fase mata-mata. Com todos os ingredientes possíveis, desde expulsão até lance polêmico,  culminando em um gol maluco, prevaleceu a mística, a raça uruguaia. O Uruguai venceu a Itália por 1 a 0, em um gol chorado de Godín, se classificou para as oitavas de final e decretaram a eliminação da tetracampeã mundial logo na primeira fase.

O Jogo

A tensão em torno da Arena das Dunas tomou conta de todos os personagens da partida, e era possível ver no rosto de cada um a importância do resultado. E o jogo quase começou maluco quando aos dois minutos, Cáceres bateu do meio-campo para o gol, após ver Buffon adiantado, mas o goleiro conseguiu voltar a tempo e fez a defesa.

As duas equipes priorizavam mais o jogo físico, a marcação e, ainda mantendo a cautela, pouco atacavam. Quando o faziam, o susto era sempre grande. Aos 12min, Pirlo cobrou falta de longe, colocou curva na bola e Muslera quase aceitou, mas conseguiu jogar para escanteio. Cavani, uma das peças mortais do ataque celeste, se sacrificava pelo sistema de Tabarez e se mantinha colado em Pirlo, para evitar os lançamentos adversários.

O jogo pegado fez a primeira vitíma logo com 22min, quando Balotelli deu uma entrada afobada em Álvaro Pereira e foi punido com o amarelo, ficando suspenso para o jogo das oitavas, caso a Itália se classificasse. Aos 28min, De Sciglio desceu pela esquerda e cruzou, mas Immobile fez feio e chutou todo torto. O Uruguai, que pouco chegava, quase foi fatal aos 32min, quando Suárez tabelou com Cavani e chutou, Buffon espalmou e na sobra, Cavani bateu para nova defesa de Buffon.

2º tempo

O pendurado Balotelli não voltou para o 2º tempo, já que tinha amarelo e uma expulsão poderia atrapalhar bastante os planos italianos. Aos cinco minutos, quem quase atrapalhou foi Bonucci, que segurou Cavani na área e quase cometeu um pênalti infantil. Os uruguaios reclamaram bastante. O jogo permanecia amarrado, mas os italianos pareciam cada vez mais satisfeitos com o resultado. Aos 13min, quase pagaram por isso quando Christian Rodriguez entrou sozinho e chutou pra fora, todo torto.

O medo de uma expulsão se tornou um pesadelo real para Prandelli aos 14min, quando Marchisio fez falta dura em Arévalo Ríos e tomou o vermelho direto. Com um a mais, Óscar Tabarez foi ousado, sacou Álvaro Pereira e colocou o atacante Stuani, aos 17min. Três minutos depois, Suárez apareceu cara a cara com Buffon e chutou de trivela, mas o goleiro cresceu e fez uma defesa incrível. Mesmo assim, a Celeste permaneceu ataque e foi só pressão.

Aos 32min, Gastón Ramirez entrou no jogo, e mal sabia ele o quanto seria decisivo. Antes disso, aos 34min, em uma disputa de bola na área italiana, Suárez mordeu o ombro de Chiellini, assim como já fez com o zagueiro Terry atuando pelo Liverpool. Revoltados, os italianos pediram o vermelho, mas como o lance havia sido isolado, o árbitro não viu. Dois minutos depois, pintou o gol da raça, o gol da classificação.

Em escanteio da direita, Gastón Ramirez cruzou forte e Godín, tão decisivo na temporada pelo Atlético de Madrid, subiu de costas e conseguiu um cabeceio estranho para o gol. Foi suficiente para a festa celeste. A Itália tentou ir pra cima, pressionar e quase tomou o terceiro no contra-ataque de Luís Suárez, que acabou desarmado por Barzagli. Mesmo com cinco minutos de acréscimo, os italianos não tinham mais força e bastou o apito do juiz para a comemoração sul-americana.

FICHA TÉCNICA

ITÁLIA 0 X 1 URUGUAI

Local: Arena das Dunas, em Natal (RN)
Data: 24 de junho de 2014, terça-feira
Horário: 13 horas (de Brasília)
Público:
Árbitro: Marco Rodríguez (México)
Assistentes: Marvin Torrentera e Marcos Quintero (ambos do México)
Cartões amarelos: Balotelli e De Sciglio (Itália); Arévalo Rios e Muslera (Uruguai)
Cartões vermelhos: Marchisio (Itália)
Gols: Diego Godín, aos 36 minutos do segundo tempo;

ITÁLIA: Buffon; Barzagli, Bonucci e Chiellini; Verratti (Thiago Motta), Marchisio, Darmian, Pirlo e De Sciglio; Immobile (Cassano) e Balotelli (Parolo)
Técnico: Cesare Prandelli

URUGUAI: Muslera; Cáceres, Gimenez, Godín e Álvaro Pereira (Stuani); Álvaro González, Arévalo Rios, Cristian Rodríguez (Ramírez) e Lodeiro (Maxi Pereira); Cavani e Luis Suárez
Técnico: Óscar Tabárez