Nem bem o futebol brasileiro saiu de uma humilhação, a maior da história de 100 anos, as explicações vazias seguem se aglomerando. A comissão técnica da Seleção, capitaneada pelo técnico Luiz Felipe Scolari, resolveu dar uma entrevista coletiva na tarde desta quarta-feira, menos de 24h após a goleada de 7 a 1 sofrida para a Alemanha. E o treinador brasileiro preferiu “tapar o sol com a peneira” ao dizer que foram só seis minutos que determinaram o jogo.
“Depois da Copa das Confederações, tivemos uma derrota e nove vitórias. Tínhamos uma equipe preparada, um sistema de jogo. Foi uma derrota ruim, seis minutos de pane geral. Se eu pudesse responder o que aconteceu naqueles seis minutos, eu responderia, mas eu não sei. Não tenho como explicar, não vou justificar e também não acho que os meus jogadores tenham dificuldade de assimilar. Perdemos como nunca tínhamos perdido”
A entrevista, que também teve a participação de Parreira e algumas intervenções complementares do auxiliar Murtosa, durou pouco mais de 30 minutos e teve um clima pesado, principalmente quando Felipão era questionado. Nesses momentos, o treinador fazia uso de estatísticas, números frios que demonstravam o contrário. Ao ser questionado sobre a opção por Bernard e ser acusado de usar a imprensa, o treinador disparou.
“São 28 jogos que eu treinei a equipe, e desses jogos, o Bernard estava em, no mínimo, 24 partidas e entrou em 18 deles mais ou menos, então ele sabia muito bem como jogar e o que teria que fazem em campo. Se nós usamos a imprensa, eu peço desculpa, até porque vocês não nos usam nunca”, ironizou o treinador, claramente sem paciência.
Outro momento de explosão de Felipão aconteceu no momento em que foi confrontado pela declaração do vice-presidente da CBF e presidente da Federação Catarinense de Futebol, Delfim Peixoto, que disse que o treinador estava obsoleto e que Felipão deveria se aposentar e não voltar nunca mais para a Seleção. O treinador foi mais uma vez irônico e criticou o dirigente.
“Porque eu tenho que responder o Delfim? O único título que Santa Catarina tem no país, quem deu fui eu, eu era o técnico. Ele tem é que ajoelhar e pedir benção pra mim. Nunca ganharam nada, e o que ganharam, foi graças a mim. Não tenho que ficar respondendo presidente de Federação nenhuma”, disparou, se referindo ao título da Copa do Brasil conquistado com o Criciúma em 1991.