O Presidente do Conselho Deliberativo do Atlético Goianiense, Deputado Jovair Arantes (PTB), já começa a planejar os rumos do clube para a próxima temporada. Depois de marcar apenas um ponto em seis disputados nas últimas duas partidas seguidas em casa, o rubro-negro ficou praticamente sem chances de acesso à Série A, caindo para a 13ª posição com 43 pontos.

Em entrevista exclusiva ao repórter Rômulo César da Rádio 730, Jovair não mediu palavras para falar dos problemas pelos quais passa o clube, e deu a entender que a realidade no momento pode estar beirando uma crise. Para o dirigente, a ausência da torcida no estádio é um dos fatores que preocupa, pois pode causar a perda do principal patrocinador, que é a Caixa Econômica Federal. Dos 20 clubes que disputam a Série B, o Dragão é apenas o 17º no ranking de público, com média de 1,697 pagantes por partida, ficando à frente apenas de times como Mogi Mirim, Luverdense e Boa Esporte.

“Para um time do tamanho do Atlético, isso é uma vergonha. Para o nosso principal patrocinador esse público não interessa. Estive na Caixa Econômica essa semana e a grande queixa deles é o nosso público, que é muito irrisório. Se continuar desse jeito, nem eu nem o Maurício Sampaio (Presidente Executivo) vamos dar conta de tocar o clube. Hoje nós estamos pagando pra Caixa pra manter o patrocínio, é uma forma de garantir o futuro pro ano que vem. Para a próxima partida iremos fazer o menor preço possível para que o torcedor compareça. Se o torcedor não vier, vai ficar em dívida conosco”, afirma..

Uma alternativa para o rubro-negro seria a transferência das partidas para o Estádio Olímpico de Goiânia, cuja inauguração estava marcada para o último dia 24 de outubro, e que atualmente não ter data para ser reaberto. Com isso, a diretoria já pensa em mandar os jogos para o estádio Antônio Accioly, no Setor Campinas. Jovair afirma que o clube está trabalhando com essa possibilidade, e espera que a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) autorize a mudança.

“O Atlético pode mandar jogos para o Antônio Accioly em 2016 e certamente vai mandar. O Professor Alcides (Diretor de Futebol Amador) está fazendo um belo trabalho nessa área, o conselho já autorizou a desenvolver a atividade e a parceria que ele quiser para botar o estádio em condições de jogo para o ano que vem. Mas esse ‘ano que vem’ é lá pra maio, porque tem muita coisa pra acontecer. Para o Campeonato Goiano talvez já dê pra jogar, mas para o Brasileiro precisa de um pouquinho mais. E a CBF vai ter que autorizar, porque já jogamos esse ano em estádios bem piores e nem podem ser comparados aos nossos”, ressalta o dirigente.

Em relação ao Programa de Modernização da Gestão e de Responsabilidade Fiscal do Futebol Brasileiro (Profut), projeto de lei que foi assinado pela Presidente Dilma no começo de agosto deste ano e que auxilia na renegociação das dívidas de clubes de futebol, Jovair Arantes diz que tenta prorrogar o prazo para aderir à medida, e que primeiro é preciso organizar as contas do clube.

“Vai ter que se adequar. Do ponto de vista político, nós estamos tentando prorrogar um pouco o prazo com o governo federal e com a CBF. Nossa dívida tributária gira em torno de R$ 30 milhões desse anos passados, mas a dívida trabalhista que gira em torno de R$ 8 milhões, e não podemos estar devendo nada, tem que estar tudo em dia. Se a Caixa Econômica mantiver o patrocínio para o ano que vem, vamos pegar esse dinheiro integralmente e direcionar para o pagamento de dívidas, todas elas. Patrocínios como o da televisão e outros que vierem serão para pagar o futebol”, explica.

Para que o clube possa manter as portas abertas e disputando as competições do calendário brasileiro, Jovair clama pela presença do torcedor no Serra Dourada na reta final desta Série B, e destaca que a realidade atual é bem diferente da época em que disputou a primeira divisão.

“O Atlético é aquele cara que já foi rico e milionário, que tinha uma mansão muito grande e que quebrou. Nós temos que cair na real. A nossa torcida não vem, que é a dona dessa mansão. Se ela não vier pra ajudar a manter a casa em dia, realmente fica muito difícil. O que quebrou o Atlético foi ter ido pra Série A, ficar lá três anos, fazer contratos com jogadores que depois viraram ‘come e dorme’ no clube, e que ficaram ganhando 70, 80, 100 mil reais e o time não tinha como pagar. O que precisamos é ter tranquilidade, planejamento e que a torcida compareça nestes dois próximos jogos”, relata.

Das cinco rodadas que restam nesta segundona, o Atlético jogar três fora de casa e apenas dois em Goiânia. O objetivo do time agora é terminar o campeonato na melhor colocação possível, de preferência alcançando a pontuação que se acredita ser a mínima para permanecer na Série B, que é de 45 pontos.