Dezenas de pessoas compareceram ao Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo) neste sábado (24), em virtude de uma ação de conscientização pela diminuição dos acidentes de trânsito com vítimas fatais.
Na iniciativa que compõe a Semana Nacional de Trânsito, promovida pela Secretaria de Estado da Saúde (SES) em parceria com o Departamento Nacional de Trânsito (Detran) e Universidade Estadual de Goiás (UEG), a população ‘abraçou’ o hospital simbolicamente.
Além disso, em homenagem às vítimas de acidentes de trânsito, um minuto de silêncio foi respeitado e balões brancos foram soltos. Segundo a assessoria de imprensa do Hugo, do total de atendimentos realizados no hospital, 86% são destinados a vítimas de acidentes.
O Diretor técnico da unidade, Ricardo Furtado traça o perfil das vítimas. “A grande maioria é composta por homens com idades entre 18 e 49 anos, vítimas de acidentes com motocicletas.”
Em 2015, quase 8.500 pessoas foram assistidas no hospital, depois de se envolverem em acidentes de trânsito. Isso corresponde a uma média diária de 23 pacientes, ou seja, quase um por hora. Destes, 96 sofreram algum tipo de amputação e outros 222 perderam a vida.
Segundo o presidente do Detran Goiás, Manoel Xavier Ferreira Filho, a iniciativa constitui um alerta importante na prevenção a acidentes causados por abuso de álcool e outras drogas. “O Detran realiza uma tarefa fundamental no sentido de conscientizar jovens e adultos com atividades de educação e repressão. Precisamos entender que as pessoas que insistem em misturar bebida e direção têm que ser retiradas de circulação.”
Para a coordenadora do observatório de modalidade e saúde humana de Goiás, Maria de Fátima Rodrigues, com políticas prevenção eficazes o custo com o tratamento de vítimas de acidentes poderia ser revertido no tratamento de outras patologias. “ Só no estado de Goiás, R$ 10 milhões de reais são gastos anualmente apenas com internações, sem contar o retorno do paciente. A vítima de acidente de trânsito permanece por um longo tempo no hospital. Esse dinheiro poderia estar sendo usado em outros hospitais para atender doentes.”
Conforme relatório divulgado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), divulgado no último mês de maio, o Brasil é o segundo país da América do Sul com mais mortes no trânsito, com taxa de 23,4 mortes para cada 100 mil habitantes. A Venezuela, campeã de acidentes no continente, apresenta índices de 45,1 mortes dentro do mesmo número de habitantes