Recém-demitido do Goiás, o treinador Sérgio Soares concedeu entrevista exclusiva para a Rádio 730 e contou os detalhes de sua saída do clube. Sérgio chegou ao time após o término do Campeonato Goiano. No comando da equipe, ele disputou quatro partidas, ao todo foram dois empates e duas derrotas, resultados que colocaram o Verdão na zona de rebaixamento da Série B.
O trabalho do treinador foi muito questionado pelos torcedores do time e também por parte da imprensa goiana. Alguns jogadores do Goiás deram entrevistas polêmicas em que afirmaram que o ambiente no clube havia melhorado após a saída de Sérgio. Mas Sérgio resolveu romper com o silêncio após a demissão e abriu o jogo para a Rádio 730. “Esses comentários me surpreenderam sim, primeiro porque na minha contratação eu fui esperado por três semanas para me apresentar ao Goiás isso mostra que eles tinham convicção no profissional que estava sendo contratado”, afirmou Sérgio.
Segundo o treinador, ele chegou a indicar nomes para reforçar o elenco esmeraldino, mas não foi atendido pela diretoria do clube. “Cheguei ao Goiás com um time que havia sido campeão e com méritos. Ao iniciar nosso trabalho, eu vou relatar alguns fatos que aconteceram, nós passamos a relação de alguns jogadores pra reforçar o elenco, mas segundo o Osmar não eram necessários esses atletas. Vou citar alguns nomes, o Luidy do Figueirense, o Marco Antônio que foi para o Figueirense, e o Jorge Henrique. Indiquei o Mendoza do Corinthians para o Osmar negociar, mas ele não conseguiu, o diretor ficou apenas no whatsapp, na minha opinião tem que pegar um avião e ir ao México e convencer o jogador a reforçar o elenco do Goiás”, ressaltou o ex-treinador do Verdão.
Questionado sobre sua postura com os atletas, o técnico disse que nunca existiu atrito com nenhum jogador do elenco esmeraldino. “Não houve problema algum com os atletas, na minha gestão no Goiás houve uma má vontade por parte do diretor Osmar Lucindo. Nós tivemos pouco tempo para trabalhar e o trabalho começou a ser minado desde o começo, o diretor me abordou dizendo que os jogadores gostavam de rachão, e eu disse que era impossível fazer rachão sendo que não tínhamos tempo para trabalhar. Precisávamos de intensidade e em minha opinião o Goiás sempre trabalhou com muita lentidão”, disse Sérgio Soares.
“O diretor me abordou dizendo que os jogadores estavam assustados, mas era uma linha de comando de respeito com todos. Na convocação do jogo em Goiânia o diretor disse que os atletas não queriam que convocassem 20 jogadores, e isso era impossível, meu discurso é de que precisávamos de todos juntos. Houve uma ingerência por parte do diretor Osmar no nosso trabalho”, concluiu o ex-técnico.
Sérgio falou sobre como recebeu a notícia de sua demissão e fez críticas categóricas ao diretor do Verdão Osmar Lucindo. “O Osmar me chamou na sala dele falando que eu estava fora porque os resultados não vieram. Tivemos uma semana para trabalhar contra o Brasil de Pelotas, houve uma evolução. Foram quatro jogos, 19 dias, sendo que em três jogos nós tivemos viagem, não tivemos tempo para trabalhar e o diretor me alega que os resultados não vieram. Eu nunca mais trabalharei com o Sr. Osmar, e não terei o desprazer de trabalhar com ele, porque ele só trabalha no Goiás. É um profissional que está no Goiás totalmente despreparado, não sabe conduzir o grupo, expõe os jogadores. O problema do Goiás não é o grupo, o problema está no executivo de futebol que não tem condição de estar à frente de uma instituição séria como é o Goiás”, concluiu Sérgio Soares.