Um levantamento da Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (SEMAD) apontou um aumento de 50% no número de queimadas em Goiás. Até o mês de junho de 2022, 415 focos de incêndio já haviam sido registrados no estado. Em entrevista à Sagres, a Tenente do Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Goiás (CBMGO), Vanessa Furquim, disse que a situação pode piorar.

Assista a entrevista na íntegra:

“A tendência é de fato piorar, pois o período de estiagem começou já em maio e ainda não alcançamos o período mais crítico, que é em torno dos meses de agosto e setembro. A tendência é uma elevação da temperatura, uma queda da umidade relativa do ar e com certeza aumenta os riscos da propagação dos incêndios”, afirmou.

De acordo com Furquim,  houve um aumento considerável nos focos de incêndio em relação ao ano anterior. A Tenente destacou que o Corpo de Bombeiros atendeu mais de 9 mil ocorrências em todo o ano de 2021 e informou que mais de 4.500 já ocorreram até julho de 2022. 

“Tivemos um aumento, inclusive, já atendemos mais de 1.500 ocorrências só neste mês de julho. Se continuar desse jeito, principalmente porque não chegamos nos meses mais críticos, acreditamos que esse número vai ultrapassar o número alcançado no ano passado”, pontuou.

A Tenente Vanessa Furquim afirmou que a expectativa do Corpo de Bombeiros é de empregar muitos militares dos quartéis no combate a esses incêndios nos próximos meses. Furquim explicou que há aproximadamente 2.500 militares na corporação que  está presente em 44 municípios goianos. 

“Não temos quartéis em todos os municípios do estado. Então acaba que uma grande parte das nossas ocorrências são atendidas pelas unidades mais próximas. E nisso, muitas vezes, temos uma distância a ser vencida até que as nossas guarnições consigam chegar até o local. Então estamos com o efetivo de 2.500 bombeiros militares”, detalhou.

Sobre essa demanda, a Tenente disse que foi aberto um edital de concurso com mais de 600 vagas para aumentar o número de militares e conseguir atender melhor a população.

Ligue 193

Segundo a Tenente do CBMGO, Vanessa Furquim, a corporação se preocupa com o risco de incêndios de forma geral e essa preocupação existe porque em cada lugar há consequências diferentes.

“Incêndio em vegetação de área urbana, são lotes baldios, terrenos onde as pessoas querem fazer a limpeza e colocam fogo no lote, a gente tem um impacto principalmente na saúde pública. Nessa fumaça contém fuligem e acaba impactando, causando problemas respiratórios, principalmente em crianças e idosos”, destacou.

Quando se trata de incêndio nos parques estaduais e nacionais, segundo a Tenente, as consequências são para o meio ambiente e há o comprometimento da biodiversidade, da fauna e flora. 

“E todo um prejuízo para o solo em termos físicos, porque sem a vegetação tem todo um dano físico para o solo. E existe um dano ecológico, ambiental”, pontuou.

Furquim orientou que em caso de focos de incêndio, as pessoas liguem imediatamente para o Corpo de Bombeiros pelo número 193. Mas a Tenente também informou que é possível tomar algumas medidas para evitar que os ricos aconteçam.

“A gente sempre orienta os proprietários rurais a construir aceiros nas suas propriedades e também a produção de abafadores para que seja uma primeira resposta. Muitas vezes é difícil o Corpo de Bombeiros chegar até determinado local devido à distância, devido ao acesso e até mesmo as condições para a nossa viatura chegar até aquele local”, analisou.

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