A partir do dia 20 de novembro, no jogo inaugural da Copa do Mundo de 2022, as atenções estarão todas voltadas para o Catar. A pequena península do Oriente Médio, com menos de 3 milhões de habitantes, receberá outros tantos milhões de visitantes durante um dos principais eventos esportivos do mundo, que acontece até 18 de dezembro.
Com a promessa de ser o primeiro Mundial da Fifa neutro em emissões de carbono, o que é contestado por ambientalistas, o emirado deu um passo rumo à energia sustentável a um mês da competição: inaugurou a sua primeira usina solar. Embora não esteja ligado ao projeto da Copa do Mundo, será uma das fontes de energia para o evento.
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A impressionante fazenda solar, localizada na vila Al Kharsaah, a cerca de 80 km da capital Doha, ocupa um espaço de mais de 10 quilômetros quadrados, o equivalente a cerca de 1,4 mil campos de futebol. Com mais de 1,8 milhão painéis solares, as placas acompanham a luz solar de forma a maximizar a produção de eletricidade.
Em operação desde junho, a segunda fase da construção foi completada nessa semana, e a usina atualmente produz 800 MWp, e deve suprir 10% da demanda energética do Catar. A expectativa é que gere quase 2 milhões MWh, o suficiente para prover o consumo de aproximadamente 55 mil residências catarenses.
Segundo Saad Sherida Al Kaabi, ministro de energia do Catar, “a usina de Al Kharsaah é uma das iniciativas estratégicas do país em desenvolver projetos que contribuam para a redução das emissões, de forma a reduzir cerca de 1 milhão de toneladas nas emissões anuais de dióxido de carbono”.
“A vila Al Kharsaah foi escolhida após extensivos estudos para identificar os locais com a melhor eficiência operacional possível, levando em conta também os impactos geológicos, ambientais e sociais para a construção desta estação”, completou Al Kaabi. O plano é que a usina seja ampliada para gerar 5 GW até 2035.
As duas primeiras fases da construção custaram 1,7 bilhão de riais, a moeda local, cerca de 467 milhões de dólares, aproximadamente R$ 2,5 bilhões.
Um dos principais produtores de petróleo e gás natural do mundo, o Catar projeta ainda a construção de outras duas fazendas solares para mais do que dobrar a produção de energia renovável do país. O objetivo é reduzir as emissões de gases do efeito estufa e implantar tecnologia de captura e armazenamento de carbono.
