O ecólogo João Marcelo Robazzi fundou em parceria com Marcela Barbosa e Maria Imaculada Zucchi, a PollinTech, uma startup que melhora a polinização do café com abelhas africanizadas (Apis mellifera). Os pesquisadores, então, treinam os insetos para desempenhar tarefas de farejamento por meio do odor. E assim, elas polinizam com maior eficácia culturas agrícolas.

Conforme explicou ecólogo, o treinamento dos insetos é realizado em laboratório. Depois disso, elas são liberadas nas lavouras para realizar a polinização. Segundo Robazzi, as abelhas associam o local de coleta do pólen e o néctar de flores pelo cheiro deles, e assim, desenvolvem memória olfativa.

O pesquisador afirmou que é possível melhorar a qualidade dos grãos com o método, além de aumentar a produtividade do café em mais de 18% . A polinização para a produção de alimentos no Brasil, segundo a Fapesp, é estimada anualmente em R$ 43 bilhões e 114 das 191 culturas agrícolas cultivadas no país dependem da ação de polinizadores. Desse total, 12% representa o valor do café, ou seja, R$ 5,6 bilhões.

A startup surgiu após as constatações da pesquisa de doutorado em ecologia de Robazzi, na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Assim como João Marcelo Robazzi, suas parceiras também são pesquisadoras. Marcela Barbosa é doutora em entomologia pela Universidade de São Paulo de Ribeirão Preto (USP). Já Maria Imaculada Zucchi é pesquisadora da Agência Paulista de Tecnologia do Agronegócio (APTA), no Polo Piracicaba.

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