Time campeão em 2012 (Foto: Léo Iran)

Após perder o título da Sul-Americana e ser rebaixado em 2010, o Goiás viveu em 2011 um ano de muita pressão para voltar à elite do futebol brasileiro. No entanto, o esmeraldino terminou a Série B na décima primeira colocação com 52 pontos. O acesso só viria no ano seguinte, sob o comando do presidente João Bosco Luz e do técnico Enderson Moreira.

Além deles, um elenco de peso que contava com o goleiro Harlei -que já havia conquistado o acesso em 1999-, Egídio, Ricardo Goulart, Walter e Iarley. Alguns jogadores pratas da casa também foram importantes na campanha esmeraldina rumo ao título nacional, como o zagueiro Ernando e os volantes Amaral e Thiago Mendes.

No entanto, mesmo tendo terminado a temporada com o título da Série B, o Goiás não começou bem a competição. Logo na estreia, uma derrota por 5 a 2 para o América de Natal e a primeira vitória saindo apenas na quarta rodada. Este jejum de vitórias nos primeiros jogos foi o suficiente para que João Bosco Luz fosse pressionado para a saída de Enderson Moreira do comando técnico.

“A pressão para a saída do Enderson não foi em um, dois ou três momentos, foi em vários. Vocês podem se lembrar que tivemos momentosno campeonato em que estávamos abaixo da metade da tabela, em 12º, 13º lugar e ai quando acontecia de perder duas ou três, ou ter dois ou três insucessos consecutivos, a pressão era muito grande. Mas aí, a minha pergunta era uma só: ‘nós vamos dispensa o Enderson, mas quem iremos contratar para o lugar dele?’ Várias vezes eu reuni só eu e o elenco e perguntava se o problema era salário, bicho atrasado e eles sempre falavam que não. Perguntei se o problema era o treinador, então se não era, chamava a imprensa e já falava. Era desse jeito, mas foi tranquilo”, admitiu o ex-presidente.

Mesmo com o respaldo de João Bosco Luz, o que se falava na época é que Enderson não era unanimidade entre os atletas. Um dos principais nomes do elenco, o goleiro Harlei, seria um dos que não eram a favor do treinador.

“Jogador de futebol e treinador são como dois sócios ou uma dupla de cantores sertanejos: não precisam ser apaixonados um pelo outro, mas precisam ter a consciência que o trabalho de um depende do trabalho do outro e, diante disso, têm que buscar uma convicência harmoniosa de tal forma que um não prejudique o trabalho do outro e nem o trabalho coletivo. O Harlei tinha consciência da sua resposabilidade, o Enderson da mesma forma e ambos conviveram tranquilamente durante todo o período e isso não interferiu no trabalho da equipe”, explicou João.

Até por conta disso, o dirigente teve um papel importante no título esmeraldino ao “amenizar” o ambiente.

“Eu sempre procurava conversar com as pessoas e mostrar a importância que tinha o clube para a sociedade, do Goiás Esporte Clube para o estado e a importância de uma boa campanha para todo o elenco. Dentro disso, foi tranquilo, não tivemos nenhum problema de relacionamento durante aquela campanha de2012. As divergências são normais, mas todas elas facilmente superadas pela consciência do trabalho”.

Ouça a entrevista completa com João Bosco Luz, presidente campeão com o Goiás em 2012:

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