A deputada estadual Delegada Adriana Accorsi (PT) protestou na tarde desta terça-feira (7) na Assembleia Legislativa de Goiás contra os crimes de violência contra a mulher. Além de falar na tribuna do plenário, a parlamentar concedeu entrevista exclusiva ao repórter Rubens Salomão, da 730, e citou o caso da adolescente, Raphaella Novinski, de 16 anos, morta a tiros por Misael Pereira Olair, de 19, dentro de sala de aula em Alexânia, na manhã de segunda-feira (6),  

“São dezenas de vezes que subo à tribuna, falo sobre este assunto e também apresento projetos de lei e ações sobre esta questão muito grave. O caso da menina Raphaella não pode nos deixar omissos. Temos que nos indignar com esse crime. Ela não teve a menor chance de defesa”, afirma.

O suspeito teve a prisão mantida pela Justiça nesta terça-feira (7). A jovem foi morta com 11 disparos de arma de fogo no rosto e o homem, que é ex-aluno da escola estadual, foi preso logo em seguida pela Polícia Militar (PM). A delegada que investiga o caso, Rafaela Azzi, não descarta a possibilidade de o crime ter sido passional.

Para Adriana Accorsi, o Estado precisa fortalecer o aparato judicial em relação a casos como este e pede o fim da cultura do machismo em Goiás.

“A questão de violência contra meninas em Goiás está gravíssimo. É necessário que as autoridades se conscientizem dessa gravidade, percebam que nós estamos em uma epidemia de violência contra mulheres e meninas, em especial, a violência mais extrema, que é justamente o feminicídio, que é o assassinato contra a mulher. Precisamos fortalecer as ferramentas que já existem para combater os crimes como as delegacias de proteção à mulher, abrigos para mulheres ameaçadas, juizados especiais de atendimento à mulher. Mas também é importante que nós nos unamos como Estado para combater essa cultura machista”, ressalta.

O deputado Carlos Antônio (PSDB) também discursou na tarde de hoje (7), sobre o episódio de Alexânia.  “A cidade encontra-se abalada”, declarou o deputado, que logo depois relacionou este crime com tragédia semelhante ocorrida em Goiânia, há algumas semanas, em que um adolescente abriu fogo contra colegas de classe, matando dois e ferindo outros quatro”, reitera.

Presidente da Comissão da Criança e Adolescente, o parlamentar aproveitou o momento para propor uma reflexão acerca do que vem estimulando jovens a terem comportamentos violentos. “Não podemos aceitar como normal adolescente planejarem assassinatos, comprarem armas”, declarou.

Na próxima semana, o deputado prometeu convocar reunião para que diferentes profissionais pensem o que pode ser feito para evitar novas tragédias em escolas.