O retorno das competições no futebol goiano parece longe de uma definição. Enquanto federações de outros estados se preparam para retomarem seus campeonatos, esse cenário ainda não está claro em Goiás. Por enquanto, os clubes de Goiânia, os únicos devidamente autorizados pelo poder público para abrirem seus centros de treinamento, nem mesmo podem fazer atividades coletivas.

Quando houver essa liberação, e com muitos projetando o início do Campeonato Brasileiro no final de agosto, o gestor de futebol do Goiás, Túlio Lustosa, propôs uma solução para o Campeonato Goiano ser encerrado em campo. No seu projeto, que nenhum clube seria obrigado a participar do retorno da competição, o que implicaria não haver rebaixamento e retomar o torneio já na fase final, com diferentes cenários para sua formatação.

Adson Batista, presidente executivo do Atlético Goianiense, que recentemente se reuniu com Rogério Caboclo, revelou que o presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) “está muito confiante para que possamos voltar primeiro com os estaduais. Eu espero que o André (Luiz Pitta, presidente da Federação Goiana de Futebol) possa mobilizar e criar uma situação de voltar o campeonato, mas do jeito que começou”.

Para o dirigente rubro-negro, “não tem cabimento nenhuma essa proposta que está sendo falada, e nem sei se realmente é oficial do Goiás, mas temos que terminar como ele começou: com seriedade, com rebaixamento e quem ganhar, ganhou, assim que tem que ser. O Campeonato Goiano não pode ser desrespeitado, e até acredito que a federação não vai embarcar nisso. Não é ‘pelada’, chama e vai quem quer, não é assim”.

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“Eu vejo uma grande possibilidade agora de entrar em contato com os jogadores e criar uma grande mobilização com a liderança da federação. Os jogadores estão todos desempregados, e quem não quer jogar dá um período para se recuperar. Isso é importante para Goiás, Atlético e Vila para poder chegar com ritmo e um nível bom em uma competição maior, como o Campeonato Brasileiro. Treinar é uma coisa, jogar é outra”, propôs Adson.

Na sua visão, “o futebol goiano vai ficar para trás se não jogarmos. Temos que ser maiores em qualquer situação. Se em julho não tivermos competições, nós aqui, com Vila e Goiás, temos que criar um triangular e jogar para poder proteger os clubes, porque vamos ter dificuldades. Mas o André tem liderança e condição para criar uma organização e terminarmos esse campeonato, porque tem data para isso”.

Sobre a proposta de Túlio Lustosa, “dessa forma que apresentou, não é louvável. Acho louvável a atitude de retornar o Campeonato Goiano, mas não pode esculhambar. O Campeonato Goiano é uma coisa séria, não podemos brincar de fazer futebol. Que credibilidade vamos ter com nosso patrocinador e torcedor para fazer um negócio com um ‘cato’ com quem quer e sem rebaixamento? Isso não existe. Não estou nem esculhambando com o Túlio, mas precisamos de um negócio sério e organizado”.

Entrevistado durante o programa Hora do Esporte, da Sagres 730, Adson Batista voltou a reforçar que “todos os jogadores estão parados, é só criar uma mobilização com cada clube. Acho até que o André tem condição de ir na CBF e buscar um apoio financeiro para os clubes do interior, porque qualquer coisa ajuda. Precisa é de arregaçar as mangas e buscar essa alternativa, não podemos brincar com coisa séria”.