Com o isolamento social, devido a pandemia do novo coronavírus (Covid-19), o trabalho remoto ganhou mais força e se mostrou necessário para cumprir as medidas de segurança, para minimizar a disseminação do vírus. Com o novo método de trabalho, foi preciso reforçar as práticas de segurança e aderir medidas para manutenção de empregos.

Em entrevista ao programa Tom Maior da Sagres TV nesta quarta-feira (12), a professora e advogada trabalhista, Juliana Mendonça, destacou as mudanças que circundam o Direito do Trabalho, aceleradas pela pandemia.

“As relações de trabalho ficaram mais flexibilizadas, até porque nós estamos em uma  situação de excepcionalidade no mundo inteiro. E o teletrabalho, que muita gente confunde como home office, o home office é somente para quem trabalha internamente em casa. O teletrabalho é aquele que veio com a regulamentação na CLT (Consolidação das Leis do Trabalho), junto com a reforma trabalhista, que previu essa situação de poder trabalhar em qualquer outro lugar que não seja nas dependências do empregador, utilizando meios telemáticas”, afirma a advogada.

Juliana Mendonça avalia o teletrabalho como uma oportunidade de continuidade, mas faz um alerta sobre a produtividade e a pontualidade do servidor. “Na situação da pandemia foi uma salvaguarda a vários empregadores para não precisarem demitir os empregados, e ainda continuar produzindo”, relata. “A empresa não tem condição de controlar, de fiscalizar se aquele trabalhador está fazendo, por exemplo, as jornada das 8h às 18h. Ela pode controlar apenas a produtividade.”

A advogada reforça ainda ao empregador ter bastante cuidado com a invasão de privacidade dos trabalhadores que estão fora do ambiente interno da empresa.

“A partir do momento em que o empregador começa a ficar invasivo, isso gera situações de estresse muito grande, e pode ser até assédio moral”, orienta.

Segundo a advogada, o teletrabalho chegou com prós e contras. Entre as vantagens, está a menor circulação de pessoas nas ruas e nos espaços de trabalho, evitando aglomerações, e, consequentemente, a redução na poluição. Contudo, os contras existem tanto para o empregador, quanto para o empregado.

“Antes, se trabalhava até o horário final. Agora não, toda hora chega um e-mail, um WhatsApp. E esse empregado acorda no meio da noite com 100 e-mails para responder, e isso acaba excedendo muito. O que a gente pode indicar ao tralhador é formalizar a situação com o empregador, explicar que está aumentando demais as atividades, e isso tem que ser regulamentado. O ideal é que seja conversado”, explica.

Assista à entrevista na íntegra no Tom Maior #74