Depois de 70 horas de ocupação, trabalhadores rurais deixaram no começo da noite de sexta-feira (19) a sede do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), onde estavam desde a madrugada de quarta-feira (17). Para deixar o prédio, os trabalhadores, ligados à Federação dos Trabalhadores da Agricultura Familiar do Distrito Federal e Entorno (Fetraf-DFE), queriam garantias do órgão de que as reivindicações seriam atendidas. As negociações com o instituto, porém, não avançaram.
A saída ocorreu por volta das 18h, em resposta a um novo prazo que a juíza responsável pela liminar de reintegração de posse, Maria Cândida de Almeida, concedeu aos trabalhadores. “A juíza nos notificou novamente, dando prazo até as 18h. O defensor público que nos representou na ação conversou com ela e, nessa conversa, ela teria sinalizado que se cumpríssemos com esse segundo compromisso, a multa seria desconsiderada”, explicou Francisco Lucena, coordenador-geral da Fetraf-DFE.
A pauta de reivindicações dos trabalhadores permanece na mesa à espera de discussão. Para continuar pressionando o governo, os agricultores montarão acampamento na área externa ao redor da sede do Incra. Entre as reivindicações dos agricultores está a restituição do chamado Crédito Instalação, uma verba concedida pelo Incra para auxiliar no desenvolvimento inicial de moradia das famílias contempladas com assentamentos. De acordo com a Fetraf-DFE, R$ 40 milhões foram retirados sem explicação. A entidade também cobra a concessão de terra para assentar 3 mil famílias, além da implementação de infraestrutura e assistência técnica nos assentamentos.
Da Agência Brasil