O Vila Nova se reapresentou na última terça-feira (16) para a realização de exames e início de testes físicos. Com isso a equipe colorada segue os passos de Atlético e Goiás, e inicia os treinamentos presenciais de olho no Campeonato Brasileiro da Série C que ainda não tem data marcada para começar.
Nestes dois primeiros dias as atividades contaram com 17 atletas, incluindo o meia Dudu contratado junto ao Jaraguá. Entretanto, o principal nome do elenco colorado ainda não está em Goiânia. Em reta final de tratamento de uma lesão no joelho esquerdo, o meia Alan Mineiro segue em sua casa em Araraquara.
Recuperação
Camisa 10 do Vila Nova, Alan não joga desde novembro do ano passado, quando se contundiu na partida contra o Oeste pela Série B. O jogador teve que passar por cirurgia ao serem constatadas lesões no ligamento cruzado anterior e no canto póstero-lateral. De lá para cá já se passaram oito meses, com tratamentos intercalados em Goiânia e também no interior de São Paulo.
“O joelho está 80%. Estamos em uma evolução muito boa, um tratamento aqui em Araraquara juntamente com os fisioterapeutas do Vila e os médicos daqui. Estou na reta final, um momento muito delicado, já voltando a fazer trabalho de campo, chutando a gol e alguns movimentos que eu não fazia há muito tempo. Mas está sem um período muito gostoso para mim porque estou realmente voltando a fazer realmente o que sempre fiz e que eu gosto de fazer”, disse em entrevista ao repórter Wendell Pasquetto.
Animado com a evolução de sua recuperação, o meio-campista já estipula uma data para voltar aos gramados e demonstra ansiedade para retornar também aos treinamentos com os companheiros no CT Toca do Tigre.
“Já vou fazer os dois treinamentos juntos (físico e com bola), fazendo a parte física para eu melhorar o condicionamento mas já com bola pensando em datas para jogar. Então acredito que para depois do dia 20 de julho já estarei à disposição para jogo”, revelou Alan Mineiro.
Hugo Jorge Bravo
Apesar da grave lesão e também da paralisação do futebol por conta da pandemia do novo coronavírus, essa será a quarta temporada defendendo a equipe colorada, e a segunda trabalhando com Hugo Jorge Bravo, que terminou 2019 como diretor de futebol e agora é presidente executivo.
“É um cara do bem (Hugo), que aprendi a confiar bastante, um cara que me deu a palavra e tudo o que ele falou, cumpriu comigo. Sei da dificuldade do Vila Nova, sei o quanto o Vila precisa de pessoas que gostem e estão realmente ligadas ao clube. Conversando com ele, ele me passou confiança, disse que precisava de mim dentro de campo até pela questão da torcida. Ele falou a minha importância para o clube e isso me motivou bastante, você se sentir importante e parte de um processo”, afirmou.
Na visão do camisa 10, apesar da dificuldade financeira, o Vila Nova tem mudado com a nova diretoria. A evolução na estrutura e também na forma de gerir o clube têm motivado ainda mais o próprio Alan e os demais jogadores.
“Hoje eu vejo o Vila Nova com outra cara, principalmente na parte estrutural. O Vila tem mudado bastante, eu tenho acompanhado e visto algumas fotos. Fiquei pouco tempo em Goiânia, mas eu já muita mudança no clube, coisas boas que vão motivar ainda mais nós jogadores. Sabemos que o jogador precisa que o clube esteja em dia com seu pagamento e uma boa estrutura para dar condição para nós trabalharmos dentro de campo. O Hugo tem procurado fazer isso e ele tem conseguido (…) Tenho conversado com ele também sobre a questão do elenco, pode ter certeza que o Vila Nova vai ter um time muito forte para buscar esse acesso novamente”, destacou.
Propostas
Mesmo ainda se recuperando da grave lesão e parado há oito meses, Alan Mineiro recebeu propostas neste período afastado de Goiânia. Com residência em Araraquara e identificação com a Ferroviária, o meia foi cogitado para retornar à Fonte Luminosa. Além disso, Sampaio Corrêa, Oeste e Botafogo-SP também procuraram o empresário do jogador. Todavia, ele decidiu cumprir o contrato que tem com o Tigre até o final desse ano.
“Todo mundo sabe da identificação que tenho com a Ferroviária, foi o clube que me abriu as portas e me vendeu para o Corinthians. Então eu tenho muita identificação com o clube e a torcida, sou o maior artilheiro do estádio (Fonte Luminosa) e eles me fizeram sim três ou quatro propostas. Mas eu tinha dado a minha palavra para o Hugo que eu continuaria no Vila e ajudaria o clube a subir para a Série B”, explicou.
Salários atrasados e redução
Cenário diferente do que o atleta viveu na reta final de 2019. Somando a contusão e o rebaixamento do Vila Nova, Alan Mineiro também ficou alguns meses sem receber regularmente seu salário. Mesmo assim, por estar parado e não ter ajudado o clube dentro de campo no início dessa temporada, propôs uma redução de 50% em seus vencimentos.
“Eu tenho bastante coisa para receber do ano passado. De setembro à dezembro meu salário praticamente não foi pago e trabalhei sem receber esse tempo todo. Nesta temporada eu tive uma redução salarial de 50% proposta por mim e pelo Hugo, porque eu entendi o momento do clube e achei viável neste momento ajudar a equipe. Esse ano o Vila está rigorosamente em dia comigo e o Hugo tem cumprido o que prometeu. Tem coisas passadas, mas vamos procurar resolver o mais rápido possível”, revelou.
Ele ainda ressaltou que será complicado receber novamente a mesma quantia que recebia antes da lesão. Porém, Alan revelou ainda não ter conversado com o atual presidente sobre essa situação e que acharia até injusto pensar nisso neste momento já que o clube passa por uma crise financeira com a paralisação do futebol.
“Acredito que será difícil eu voltar com o salário que eu tinha, até pelas condições do Vila e por essa pandemia. Acho que seria até injusto nesse momento eu querer me aproveitar. Foi o que eu combinei com o Hugo, até eu voltar de lesão, mas com certeza vamos conversar e estender isso aí”, finalizou o camisa 10.
