Foi aprovado em segunda votação na Assembleia Legislativa, a criação do programa GoiásTec – Ensino Médio ao Alcance de Todos, que vai atender, por meio da internet, às unidades escolares da rede estadual de ensino de Goiás que ofereçam o ensino médio e estejam localizadas em zona rural, distritos e regiões de difícil acesso ou que possuem déficit de professores.

O programa é de iniciativa da Secretaria de Estado da Educação (Seduc), com o objetivo de oferecer o Ensino Médio em unidades escolares da zona rural, distritos e regiões de difícil acesso, ou com falta de professores de áreas específicas de conhecimento, por meio da transmissão ao vivo de aulas via satélite.

O deputado Virmondes Cruvinel (Cidadania) defendeu em entrevista à Sagres 730 nesta quinta-feira (18), a reavaliação da implantação do programa. Segundo ele, há pontos pontos vagos no projeto, como a falta de discussão em audiência pública, que poderia ter sido promovida pela Assembleia Legislativa, e o parecer “precário” do Conselho Estadual de Educação de Goiás.

“Não houve audiência pública para discutir isso, nós temos feito várias audiências públicas e não é o problema da pandemia que tem impedido isso. A possibilidade de audiências online com várias pautas para que todos os deputados pudessem ter conhecimento a respeito do tema”, disse. “E o parecer que foi emitido pelo Conselho de Educação é um parecer precário, ele não deu autorização se o projeto estava ok, eles deram autorização para que depois de seis meses implantado, o projeto fosse avaliado pelo Conselho”.

Virmondes Cruvinel ressaltou que a educação presencial é fundamental e questionou se, com a possibilidade de o ensino a distância, ainda existirá o ensino presencial. “Outra coisa que nos preocupa é a resolução do Conselho Nacional de Educação de 2018 com relação a questão da educação distância, estabelece que na Educação Básica é até 20% podendo ser estendido a 30% do noturno, mas o projeto da GoiásTec não deixou muito claro, se vai ser apenas esse limite ou se pode, de uma forma ou outra, transformar a educação presencial na educação à distância”.

Outra crítica ao projeto apontada pelo parlamentar foi a estrutura tecnológica das escolas estaduais. “Eu convido para conhecer a realidade das escolas estaduais, nessas regiões distantes e até mesmo em Goiânia, não tem estrutura básica, laboratórios de informática são piadas da forma que são estruturados, não tem internet, não tem wi-fi nas escolas e de uma hora para outra vai ser transformado isso para o segundo semestre”, disse. O deputado considerou ainda, a questão do piso salarial dos professores e do déficit no quadro permanente de docentes.

Seduc

 

A superintendente de Ensino Médio, Osvany Gundim, pontuou à Sagres 730 nesta quinta-feira (18) que o Conselho Estadual de Educação de Goiás aprovou e que é natural a solicitação da devolutiva de como está o desenvolvimento das ações. “Essas devolutivas são semestrais e ainda não venceu o prazo. E ainda considerando que com período da pandemia houve alteração na nossa dinâmica de trabalho, então não tem nada fora do lugar e nem passando de hora”, disse.

O GoiásTec começou a ser implantado após aprovação do Conselho Estadual de Educação de Goiás (CEE-GO), em agosto de 2019, e publicação do Decreto nº 9.619, do Governo de Goiás, em fevereiro de 2020. Atualmente, o programa está em curso em regiões de 65 municípios goianos, incluindo comunidades calunga, com participação de 1945 alunos. Com a aprovação do Projeto de Lei, toda a estrutura do programa fica regulamentada e o GoiásTec pode ser instaurado em todo o Estado.

“Primeiro, eu penso que o deputado não teve oportunidade de conhecer o projeto na íntegra. Segundo, quando ele fala de 30% EAD ele está se referindo a um ensino semipresencial, o GoiásTec não é um ensino à distância, isso precisa ficar muito claro”, reforçou. “O estudante fica na sala de aula normalmente acompanhado por um professor, aliás realidade esta, que acontece em algumas localidades como salas multisseriadas, não é o nosso caso, mas o estudante no GoiásTec fica na sala de aula acompanhado por um professor e o contato dele com o professor de estúdio também é frequente”, completou.