Os estudantes de medicina que forem se formar a partir de 2015 serão obrigados a trabalhar dois anos no Sistema Único de Saúde (SUS) para se formarem. A medida é válida para alunos de entidades públicas e privadas. O anúncio foi feito nesta segunda-feira (8), pelo ministro da Saúde, Aloizio Mercadante, durante o lançamento do Programa Mais Médicos para o Brasil.
Além da expansão do período do curso de medicina, o governo anunciou no evento a criação de 3.615 vagas para formação de médicos em universidades federal até 2017. Destas 1.815 serão criadas em cursos já existentes e outras 1.800 em 60 municípios que não tem o curso de medicina atualmente.
O governo divulgou também medidas para o aumento no número de vagas do curso de medicina em faculdades particulares. A meta é criar 11.447 novas vagas até 2017. Mais de 3000 professores e mais de 1800 técnicos-administrativos serão contratados para as universidades.
De acordo com Mercadante, a demanda só será conhecida depois que as prefeituras informarem o déficit que possuem, mas o governo já adiantou que a prioridade é atender 1.582 áreas consideradas frágeis. São 1.290 municípios vulneráveis, 201 cidades em regiões metropolitanas, 66 cidades com mais de 80 mil habitantes e baixa renda per capita e ainda 25 distritos de saúde indígena.
Estrangeiros
O programa oferecerá bolsas de R$ 10 mil a médicos que atuarão na saúde básica da rede pública. Eles serão supervisionados por instituições públicas de ensino. O governo lançará três editais para a seleção dos profissionais: um para os médicos, outro para prefeituras interessadas e um terceiro para escolher as instituições supervisoras.
Médicos formados no Brasil e no exterior poderão participar dos editais, porém os estrangeiros serão chamados somente para vagas que não forem preenchidas por brasileiros. Para concorrer, os médicos de outros países precisam dominar a língua portuguesa e serem oriundos de nações com proporção de médicos em relação a população maior que a do Brasil, que é de 1,8 médicos para mil habitantes.
Os estrangeiros passarão por um curso de especialização em Atenção Básica e serão acompanhados por uma instituição de ensino. Eles não precisarão participar do Exame Nacional de Revelação de Diplomas (Revalida), mas terão apenas um registro temporário para trabalhar no país por um período máximo de três anos, em locais que forem designados. Os profissionais serão supervisionados por médicos brasileiros.