O Jornal O Globo publicou neste domingo (7) reportagem que revela que agentes da Agência de Segurança Nacional (NSA, na sigla em inglês) e a Agência Central de Inteligência (CIA) dos Estados Unidos trabalharam em conjunto em uma base em Brasília, pelo menos até o ano de 2002. As informações fazem parte dos documentos vazados por Edward Snowden ao jornalista americano Glenn Greenwald.

O mundo se comunica por meio de satélites e redes de fibras óticas em cabos submarinos. O Brasil não possui nenhum, mas aluga oito satélites do tipo geoestacionário (aqueles que não se movem e ficam e pontos específicos da terra), normalmente na linha do Equador. De acordo com a reportagem, a capital brasileira fez parte de uma rede de 16 bases da agência americana dedicadas a coletas de informações através de satélites de outros países. O programa usado se chama “Primary Fornsat Colleticion Operations”.

A documentação mostra a maneira da NSA fazer o monitoramento das informações em escritórios estrangeiros. Há um conjunto de documentos, de setembro de 2010, que assinalam que a embaixada brasileira em Washington e da missão brasileira nas Nações Unidas, em Nova York, teriam sido espionadas pelos americanos.

Pelos documentos reunidos não há como comprovar que as espionagens seguiram após o ano de 2002. Mas em outra matéria do jornal carioca, foi comprovado que a NSA espionou telefonemas e correspondências eletrônicas de pessoas residentes no Brasil e de empresas instaladas no país.

O governo americano trabalhou com parceiros corporativos, no uso de pelo menos três programas. O Prism permite acesso a e-mails, conversas online e chamadas de voz de clientes de empresas como Facebook, Google, Microsoft e Youtube. O Boundless Informant, que rastreia registros com hora e local de e-mails enviados e recebidos. E por fim o Fair view, pelo qual é possível monitorar grandes quantidades de informações trocadas por pessoas e empresas em distintos lugares.

Essas duas agências mantinham equipes SCS em 75 cidades, conforme o documento de 2002. Não foi possível saber se atualmente continuam. Dessas, 65 eram capitais nacionais. Mas os documentos da NSA deixam claro que apenas nas estações de Brasília e de Nova Déli, existiam forças-tarefa SCS com trabalho diretamente relacionado ao programa de espionagem através de satélites de outros países, o Fornsat.