A secretária da Fazenda do Estado de Goiás (Sefaz-GO), Ana Carla Abrão, avaliou de forma positiva o período em que esteve à frente da secretaria desde 2014. Em entrevista ao programa Primeiro Tempo da Notícia, da 730, nesta quarta-feira (7), ela afirma que deixará para o sucessor Fernando Navarrete, atual presidente da CelgPar, a Sefaz goiana em situação melhor do que recebeu há dois anos.

Ouça a entrevista na íntegra: {mp3}Podcasts/2016/dezembro/07/anacarla{/mp3}

“Foram dois anos muito difíceis, mas o pior já passou. As medidas que foram tomadas desde 2014 foram com muita responsabilidade e determinação pelo governador Marconi Perillo e para nós a situação hoje é melhor do que já foi nestes últimos dois anos. O Fernando Navarrette assume a secretaria em uma situação mais controlada, mas ainda é uma situação frágil, tendo em vista a situação de todos os estados do país, da economia brasileira que, no ano que vem, as previsões mostram isso, vai enfrentar um ano muito difícil”, prevê.

A secretária comentou sobre a Lei Orçamentária Anual para 2017, que tramita na Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), sob relatoria do deputado estadual Álvaro Guimarães (PR), e que deve ser votada no plenário da Casa até a próxima semana. O compromisso feito pelo governador Marconi Perillo (PSDB) é de atender a emendas de até R$ 2 milhões para cada deputado. O relator Álvaro Guimarães cobra que todas as de 2016 sejam atendidas, e reforçou a questão do dinheiro proveniente da venda da Celg. Ana Carla Abrão ressaltou a redução do déficit orçamentário do estado de R$ 7 bilhões para R$ 1,8 bilhões.

“Esse foi o maior ajuste fiscal proporcional do país. Não foi pouca coisa que foi feito naquele momento, e que nos tirou justamente da situação que hoje o Rio de Janeiro está vivendo. Resolveu o problema todo? Não. Este ano nós ainda devemos fechar com déficit em torno de R$ 300 milhões, tendo pago R$ 500 milhões de restos a pagar de anos anteriores. O dinheiro da Celg entrará em janeiro do ano que vem e o da repatriação já entrou, e ainda tem a parcela das multas que está em negociação”, frisa.

A verba da repatriação, aprovada pelo presidente da República Michel Temer (PMDB), já com a multa, vem para Goiás em duas parcelas de R$ 110 milhões. Sobre o teto de gastos para 2017, a secretária destacou que Goiás não poderá ultrapassar R$ 1,4 bilhões. A secretária afirma que a verba da Celg precisa ser discutida para atender às demandas estaduais.

“Desses R$ 1,4 bilhões, R$ 1,2 bilhões estão comprometidos com o crescimento da folha. Sobram R$ 200 milhões. As vinculações constitucionais exigem que a gente aumente os gastos com Saúde e Educação em R$ 150 milhões. Sobram R$ 50 milhões do caixa do estado para manutenção, investimento e crescimento, claro, mas somente após dois anos de ajustes. Precisamos investir, o Estado está pedindo e demanda investimentos, só que hoje não tem recursos, e não haverá recursos enquanto essa distribuição for feita da forma como está. O papel da Sefaz foi viabilizar a venda da Celg e que estes recursos viessem para o Estado de Goiás”, reitera.

A Celg foi vendida para uma empresa italiana a R$ 2.187 bilhões. Segundo Ana Carla Abrão, as próximas privatizações devem ocorrer prioritariamente nas concessões de rodovias estaduais, mantidas atualmente pela Agência Goiana de Transportes e Obras (Agetop), mas diz que outras estatais estão sendo avaliadas.

“O Estado de Goiás tem hoje de dispender de recursos muito elevados para poder manter as rodovias estaduais. Rodovia em Goiás é fundamental para a segurança da população e para a escoamento da produção. Concessão de rodovias está na fila, imóveis, ou para venda ou criação de fundo de investimento, a Indústria Química do Estado de Goiás (Iquego) e Metrobus estão sendo avaliadas, a Agência Goiana de Gás Cabalizado (Goiásgás), a Celg Telecom”, enumera.