O ex-governador Mauro Borges, 93, faleceu às 6h10, da manhã desta sexta-feira (29). Ele estava internado na Unidade de Terapia Intensiva, do Hospital Anis Rassi, em Goiânia.
O ex-político estava internado no Hospital Anis Rassi desde o dia 16, quando deu entrada na UTI com pneumonia. Nos últimos anos, Mauro lutava contra o mal de Alzheimer. Em março do ano passado, o ex-governador também havia sido internado com pneumonia.
De acordo com a chefe do Departamento de Enfermagem do Hospital Anis Rassi, Lídia Guimarães, o ex-governador morreu com falência múltipla dos órgãos. Ela afirmou à reportagem da Rádio 730, que Mauro apresentava um quadro de melhoras nos últimos dias, mas que se agravou na madrugada desta sexta-feira, culminando com a morte nos início desta manhã.
Nos últimos anos, Mauro recebia os cuidados pessoais do filho Ubiratan. Com raras aparições públicas, passou os últimos instantes de sua vida no seio familiar.
O governador Marconi Perillo (PSDB) foi informado da morte de Mauro Borges poucos minutos do acontecimento. O tucano já liberou o Salão Nobre do Palácio das Esmeraldas para o velório, caso a família deseje utilizar o local.
História
Mauro Borges Teixeira era filho do fundador de Goiânia, Pedro Ludovico Teixeira. Ele nasceu em 1920, na cidade de Rio Verde, no Sudoeste do Estado. A carreira política começou em 1958, quando foi eleito deputado federal. Dois anos depois, ele venceu a eleição para governador de Goiás. Perdeu o cargo em 1964, quando foi derrubado pela ditadura militar. No ano seguinte teve seus direitos políticos cassados.
Quando Jânio Quadros renunciou a presidência da República em 1961, os militares não queriam que o vice João Goulart assumisse o cargo. Mauro Borges apoiou o movimento da cadeia pela legalidade encabeçado por Miguel Arrais e Leonel Brizola.
A administração de Mauro Borges em Goiás é tida como estruturante. “Seu governo do ponto de vista político e administrativo foi revolucionário, com a criação de várias estruturas como IQUEGO, OSEGO, CERNE, CRISA e METAGO,” lembra o jornalista Marcos Cipriano.
Em 1966, Mauro foi preso no Rio Grande do Sul e teve seus direitos cassados. Ele só foi anistiado 13 anos depois, em 1979. No final da década de 70, assumiu a presidência regional do Movimento Democrático Brasileiro (MDB), que posteriormente se tornaria o PMDB.
Voltou a ter um cargo público em 1982, quando foi eleito senador. Quatro anos depois, após romper com o PMDB, de Iris Rezende, disputou o governo do Estado, pelo PDC, e foi derrotado por Henrique Santillo, em uma eleição muito disputada. Em 1990 teve uma cadeira na Câmara dos deputados. Após o mandato encerrou a carreira política.