A Prefeitura de Aparecida de Goiânia confirmou a transmissão comunitária da variante Ômicron da Covid-19 nesta segunda-feira (27) e agora a cidade estuda qual a prevalência da cepa no município. Em entrevista à Sagres, a diretoria de Avaliação de Políticas de Saúde da Secretaria Municipal de Saúde e também responsável pelo programa de sequenciamento genômico de Aparecida, Érika Lopes, contou que com a busca de contatos de pessoas contaminadas com a nova variante, 50% das amostras testaram positivo para a Ômicron.

“Mas os dados podem estar contaminados porque a gente estava sequenciando muitas pessoas que tiveram contatos com a Ômicron […] Com a transmissão comunitária é que a gente vai conseguir acompanhar com mais clareza, com mais refinamento, a real porcentagem da Ômicron em relação à delta”, explicou. A diretora disse também que, como ocorre nos Estados Unidos e em países da Europa, a cepa deve se tornar dominante no município.

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Até o momento a cidade não registrou nenhum caso grave da Covid-19 causada pela Ômicron. Dos 22 casos identificados na cidade, apenas um precisou de internação, com cinco dias de recuperação na enfermaria.

“Dessas pessoas, a maioria já estava vacinada: 16 pessoas com duas doses da vacina e duas pessoas já com a dose de reforço. Todos tiveram sintomas leves”, informou Érika. Um dado citado pela diretora é que um dos principais sintomas associados à doença durante a pandemia, a perda de olfato e paladar, não foi relatado por nenhum dos infectados pela Ômicron.

Uma preocupação ocorre com a possibilidade de transmissão comunitária em mais cidades de Goiás. Segundo Érika, o evento estudado por Aparecida para monitorar a evolução da doença na cidade foi realizado em Goiânia e teve mais de 1,5 mil pessoas, de 50 municípios goianos, 24 estados brasileiros e 18 países, além da presença dos dois missionários vindos da África, que testaram positivo para a variante.

“Então, possivelmente, outras pessoas também se contaminaram e, pelo fato de outros municípios não realizarem o sequenciamento genômico, essa variante também já deve circular em forma de transmissão comunitária”, ressaltou.

O sequenciamento genômico realizado por Aparecida visa identificar quais as variantes que circulam na cidade e, assim, traçar estratégias de combate à pandemia. “Aparecida oferta exames RT/PCR, com acesso facilitado e estes testes são a matéria-prima para realização do sequenciamento genômico. Nós já fizemos mais de 2,3 mil sequenciamentos”, declarou Érika.

Assista à entrevista no Sagres Sinal Aberto:

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