O presidente do Sindicato das Indústrias de Carnes e Derivados do Estado de Goiás (Sindicarnes), Leandro Stival, negou em entrevista à Sagres 730 nesta quinta-feira (25), que há disseminação de covid-19 nos frigoríficos. Para ele, o contágio na indústria de carnes é a mesma que ocorre nas demais indústrias, assim como em outras empresas e até no serviço público. “Isso vai acontecer na esfera municipal, no governo do Estado, em empresas de rádio, todas as empresas vão ter algum caso, algum conhecido próximo que serão contaminados”.

No entanto, a prefeitura de Rio Verde fechou o complexo industrial da BRF por 14 dias depois da descoberta de um surto de coronavírus na empresa. Testagem em massa constatou que 60% dos 8,5 mil funcionários da BRF testaram positivo para a doença, informou o prefeito à Sagres. Um frigorífico da Marfrig teve suas atividades suspensas em Mineiros, no sudoeste do Estado, depois que pelo menos 28 casos de covid foram confirmados.

Frigoríficos transformaram-se em alvo de vistorias extraordinárias do Ministério Público do Trabalho (MPT), que passou a fiscalizar as condições de serviço nesses locais, diante de riscos na pandemia do novo coronavírus. A ação ocorre em pelo menos 60 frigoríficos em 11 Estados brasileiros: São Paulo, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Paraná, Tocantins, Santa Catarina, Rondônia, Goiás, Rio Grande do Norte, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.

Com o vírus chegando aos frigoríficos, o consumo de carne e derivados também passa a ser uma preocupação quanto ao contágio da doença. Na última semana o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, junto aos Ministérios da Economia e da Saúde, definiram medidas de prevenção, controle e mitigação dos riscos de transmissão do coronavírus nessas indústrias.

Leandro Stival justifica que essa contaminação será inevitável, mas defende que é bem menos provável nos frigoríficos. “O risco de contaminação interna é quase impossível, porque o protocolo que nós seguimos já é rigoroso. E esse protocolo foi intensificado com a nova normativa. Então, os riscos vão diminuindo”, explica.

O presidente do Sindicarne destaca que a maior dificuldade dos frigoríficos é a movimentação fora das indústrias. “Não é dentro das indústrias que acontecem as contaminações. Vai acontecendo lá fora, não só nos trabalhadores das indústrias, mas nos vizinhos”, defende.

“Eu não acredito que a disseminação seja dentro do frigorífico. Com certeza a disseminação dentro é muito difícil. O pessoal usa máscara, troca de roupa quando entra e acontece desinfecção no ambiente naturalmente. Além disso, é feito um controle do Ministério de Agricultura até de bactérias que fica registrado”, defende.