A ciclista goiana Raiza Goulão ganhou a medalha de bronze no ciclismo Mountain Bike nos Jogos Pan-Americanos de Santiago, no Chile. A partir de agora, a atleta foca a sua atenção em se classificar para os Jogos Olímpicos de Paris em 2024.

“Vai ser a minha segunda Olimpíada da história, com a Rio 2016 e agora em Paris. Eu quero ir para Paris e mostrar um resultado realmente expressivo para a nossa nação”, espera a atleta.

Raiza lidera o ranking classificatório para os Jogos de Paris com folga de mais de 200 pontos de vantagem para a segunda colocada. A ciclista, inclusive,  poderia disputar mais uma prova no Chile para somar pontos do ciclo olímpico, porém, ela sabe que a disputa está aberta até maio do ano que vem e priorizou recuperar-se de uma lesão.

“Esse ano nas minhas metas tudo que eu precisava conquistar eu consegui. Foram somente duas provas no Brasil que eu não venci, então foi um ano de muitos resultados e me motivou muito para a preparação para Paris. Então, o meu foco total é em 2024, é garantir a vaga, participar de provas que valem pontos para manter essa liderança, pensar na performance e fazer um ótimo resultado em Paris”, contou.

O bronze no caminho

O bronze de Raiza saiu do circuito de 1h24min57. Assim, a atleta goiana terminou a prova atrás da canadense Jennifer Ming (1h20min35) e da chilena Catalina María Vidaurre em (1h23min20), sendo respectivamente medalhistas de ouro e prata. 

Raiza Goulao ganhou a medalha de bronze -  Foto Wander Roberto/COB
Raiza Goulao ganhou a medalha de bronze – Foto Wander Roberto/COB

“Eu sabia do potencial da atleta do Canadá, que seria o meu maior desafio, mas a disputa pela prata e ouro era muito plausível, estava muito na mão mesmo se não tivesse nenhum imprevisto. Eu estava com sangue nos olhos querendo disputar o ouro e entrei com a mente nisso. Quando eu caí, confesso que pensei que a prova tinha acabado ali para mim, mas com o sangue quente eu montei novamente na bike, tinha uma meta na minha cabeça que eu queria uma medalha, buscar uma medalha, e foram mais cinco voltas assim”, disse.

A atleta estava envolvida na disputa da medalha de ouro, no entanto, na segunda vez que participou dos Jogos Pan-Americanos saiu com o terceiro lugar. Mas, apesar do resultado, a ciclista afirmou estar “muito feliz” e destacou o seu orgulho de representar o Brasil junto ao Comitê Olímpico Brasileiro (COB). Durante a prova, terminar o circuito tornou-se um desafio de recuperação. 

“Eu tive a queda na primeira volta e estava na disputa do ouro, bem no início da prova. Então tive que recalcular a rota, fazer uma prova totalmente de recuperação, mas fiquei muito feliz. No decorrer das voltas eu consegui buscar e ainda consagrar a medalha de bronze para a nossa nação”, celebrou.

Estrada para Paris

Raiza Goulão é atualmente a ciclista número 1 do ranking brasileiro de Mountain Bike Cross Country. Natural de Pirenópolis, a atleta de 32 anos faz parte do Team Squadra, equipe de ciclismo da Oggi Bikes. Goulão vai se recuperar de uma lesão e, em seguida, retorna aos treinos intensos e as competições que somam pontos para Paris 2024.

“Ainda vão ter duas etapas de Copa do Mundo no Brasil, que é o meu foco em abril. Temos os jogos pan-americanos de motobike também em abril e algumas provas que iniciam no final de janeiro, provas no Chile novamente, provas que valem pontos. Mas o meu foco principal até fechar o ciclo [até Paris] podemos dizer que são as três primeiras etapas da Copa do Mundo e o pan-americano”. 

Talvez Goiás não esteja na estrada de Raiza até Paris porque ela não tem apoio financeiro do estado na carreira. “Eu tenho o apoio da minha equipe Squadra, da Confederação Brasileira e do Governo Federal através da bolsa. Do estado de Goiás eu carrego o amor no coração, mas do estado e da cidade em si, eu não tenho nenhum apoio financeiro para me manter”, contou. 

A falta de apoio reflete-se na estrada que a ciclista vai trilhar para pedalar forte em Paris. “A minha preparação para os Jogos Olímpicos a princípio não vai ser no estado de Goiás, eu estou buscando locais que me proporcionem uma melhor estrutura para treinar”, destacou.   

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