André Luiz Castro, que está com a bola nas mãos, comandou a arbitragem do clássico entre Vila Nova x Atlético (Foto: Paulo Marcos/ACG)

O clássico de domingo (31) entre Vila Nova 1×1 Atlético terminou para os clubes envolvidos, mas não para o árbitro André Luiz Castro, que apitou a partida. Em entrevista à Sagres 730, o coronel Júlio César Motta, responsável pelo comando da Comissão de Arbitragem da Federação Goiana de Futebol (FGF), Castro teve o número de telefone pessoal divulgado, e vem sofrendo ameaças de morte. 

“Pessoas sem escrúpulo, pessoas que… eu poderia até dar alguns adjetivos mais duros em relação a essas pessoas, de uma forma irresponsável, covarde, criminosa. Alguém disponibilizou o telefone pessoal do André para parte da torcida do Vila, e eu não coloco a torcida do Vila no banco dos réus, não. Mas parte dos torcedores que tiveram acesso ao número do André passaram, de ontem para hoje, mais de 1 mil mensagens. Mensagens estas agressivas, com ameaças à integridade física dele, da família dele, ameaças à vida dele, da família, dos filhos, de uma forma preocupante. Porque isso não é um futebol, é uma guerra que ninguém ganha com isso”, afirma Motta. 

Um dos lances polêmicos da partida foi a expulsão do capitão colorado, o zagueiro Wesley Matos, logo no início do primeiro tempo. O tempo exato da advertência foi registrado na súmula da partida, 6 minutos. O coronel Júlio César Motta relata o teor das ameaças. 

“São ameaças de morte, ameaças de agressões físicas contra ele e a família dele, dizendo que sabe onde ele trabalha, que sabe onde encontra a família dele, coisas muito covardes mesmo. E essas pessoas acham que pensam, de uma maneira muito equivocada, que podem ficar no anonimato. Hoje a Polícia Civil dispõe de uma delegacia para cuidar exclusivamente dos crimes cibernéticos. Tenho certeza que, a Polícia Civil, com a capacidade de seus delegados, agentes, escrivães, vão chegar nessas pessoas”, descreve. 

Ainda segundo Motta, o árbitro já fez o print das mensagens que ele considera como as principais, e encaminhou à polícia. “Nós até temos suspeitas de quem passou o número, mas eu não vou ser irresponsável de estar aqui, expondo, sem eu ter a prova cabal de quem foi esse irresponsável”, diz o coronel. 

Motta foi questionado sobre as atitudes de dirigentes dos clubes, como o ocorrido no intervalo da partida, como mostram as imagens da repórter Nathália Freitas, da Sagres. Segundo o coronel, líderes dos clubes deveriam dar bons exemplos. “Elas não são determinantes, mas elas contribuem e muito, porque o torcedor vê o dirigente querendo agredir o árbitro, ele se acha no direito de fazer também. Os dirigentes são líderes, são pessoas que lideram um clube, uma massa. Foram muito infelizes”, avalia. 

Ouça a entrevista na íntegra, concedida ao jornalista Charlie Pereira

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