A polêmica envolvendo o meia Alan Mineiro após uma cusparada no escudo do Goiás em bandeirinha de escanteio durante o clássico do último domingo (7) no Estádio Hailé Pinheiro está longe de acabar. O jogador foi denunciado nesta quarta-feira (10) pelo Tribunal de Justiça Desportiva de Goiás (TJD-GO) e pode pegar uma punição de quase dois anos após o julgamento. A informação foi divulgada pelo Jornal O Popular.

O documento assinado pelo procurador Marcus Vinícius Mafia Vieira ainda pede uma suspensão preventiva de 30 dias do jogador com base no artigo 35 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD), alegando que a atitude do camisa 10 estimula a violência entre as torcidas e que em situações parecidas, outros atletas já foram punidos.

“A cuspida feita por Alan Mineiro na bandeira da agremiação adversária tem o condão de alimentar este tipo de conduta. Vale ressaltar que o confronto de torcidas de Goiás x Vila Nova é de longe, conforme conhecimento geral, o mais violento e sangrento do Estado, tendo ocasionado já várias mortes”, disse a denúncia.

Alan Mineiro também foi denunciado nos artigos 243-D e 258 do CBJD, sendo que a pena para o primeiro é de multa que vai de R$ 100 a R$ 100 mil e suspensão, de 365 a 720 dias, e o segundo prevê pena de uma a seis partidas.

Em entrevista à Sagres o advogado do Vila Nova, Maurilho Teixeira, revelou que o clube ainda não foi notificado, mas que analisa as possíveis punições como ‘exageradas’.

“Pelo pouco que eu vi, achei bastante exagerada a denúncia da Procuradoria, principalmente quando se pede uma suspensão preventiva sem nenhuma razão na nossa interpretação. Mas de qualquer forma a Procuradoria está tentando mostrar o trabalho dela, muito embora com certo exagero, vamos aguardar a citação e preparar as contrarrazões para apresentar ao Tribunal e aguardar o julgamento”, disse.

O responsável pelo departamento jurídico colorado foi contundente ao afirmar que na visão do clube, Alan Mineiro não deveria sofrer as penas pedidas pelo procurados.

“Na realidade nós não concordamos com nenhuma das hipóteses, nem (punição) em dias, nem em jogos. Então logicamente nossas contrarrazões serão apresentadas assim que esse documento for protocolado junto ao Tribunal, mas preliminarmente já adianto que nós não concordamos com nenhum tipo de punição ao atleta”.

“Eu não tenho nenhuma dificuldade em afirmar que o Alan Mineiro errou, o Vila Nova já reconheceu o erro e o atleta também, coisas do ser humano. Agora uma coisa tem que ser observada: qual é o tipo de reparo para um erro dessa natureza? É hombridade do ser humano, do atleta, de vir à público e particular pedir desculpa ao ofendido. O que mais se pode exigir do ser humano? O que mais se pode exigir do Alan Mineiro? Já adianto para o procurador e para o Tribunal, o que mais se quer? Quer encerrar a carreira do atleta, quer matar o ser humano? Isso que é Justiça?”, questionou Maurilho Teixeira.

Além de Alan Mineiro, o Vila Nova foi denunciado nos artigos 213 por “não tomar providências capazes de prevenir e reprimir” e 258-D “pelos fatos narrados em súmula” pelo árbitro Eduardo Tomaz sobre o comportamento de dirigentes colorados durante os 90 minutos. O primeiro artigo prevê pena de R$ 100 a R$ 100 mil e o segundo de R$ 10 mil.

Os conselheiros Alcides Neto e Fernando Mussi e o diretor de comunicação Romário Policarpo também foram citados na denúncia e podem ser punidos.