Robston (Foto: Arquivo/Sagres On)
Foram mais de 20 anos dedicados ao futebol, 18 deles como profissional. Aos 36 anos de idade, Carlos Robston Ludgero Júnior, o Robston, anunciou a aposentadoria. Com uma carreira de títulos e glórias, a camisa do Goianésia, clube no qual se preparava para a disputar a Divisão de Acesso do Goianão 2019, foi a última que o atleta vestiu. Em entrevista ao jornalista Charlie Pereira, da Sagres 730, ele explica o motivo de pendurar as chuteiras.
“Tenho duas cirurgias no joelho. Agora, quando estive no Goianésia, vinha treinando com muitas dores, sentindo meu joelho inchar muito, e resolvi fazer uma ressonância, na qual constatou que, mais uma vez, rompi o ligamento. Acho que chegou a hora, o momento de parar, de dizer adeus ao futebol. É um momento triste, nenhum jogador gosta de dar essa notícia, até porque não adianta ficar dentro de campo tentando fazer as coisas e não dando conta”, afirma.
Ouça a entrevista na íntegra
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Natural de Gama, no Distrito Federal, Robston se destacou no futebol goiano, especialmente vestindo as cores do Atlético-GO, com três passagens entre 2007 e 2013, e do Vila Nova, de 2013 a 2016. Agora, o ex-jogador já pensa em seguir se dedicando ao futebol, mas como treinador.
“Eu já tinha isso em mente. Vou tentar fazer cursos de treinador, seguir essa carreira dentro de campo ainda. É um sonho que eu tenho, vou tentar seguir da melhor maneira possível. Agora é parar um pouco, refrescar a cabeça, analisar muitas coisas que aconteceram nessa carreira de 20 anos de sucessos e insucessos”, planeja.
Atlético-GO
No rubro-negro goiano, Robston fez parte de uma geração que teve atletas como Anailson, Jairo, Pituca, Márcio, Wesley, Marcão, Elias, Lindomar, Rafael Cruz, Juninho, entre outros. Em 2009, conquistou o sonhado acesso à Série A, além de dois títulos goianos.
“Tudo o que eu conquistei no futebol, quando eu apareci para o futebol, devo muito ao Atlético Clube Goianiense. Um clube que apostou em mim quando vim lá de Brasília, onde tive grandes glórias. Campeão goiano depois de 19 anos, um acesso à Série A, semifinal e outro título de Campeonato Goiano. Falar do Atlético hoje é uma coisa maravilhosa”, afirma.
Vila Nova
No colorado, Robston viveu momentos de glória e também delicados. Ajudou a equipe a retornar à Série B em 2015 e à elite do futebol goiano em 2016. Em 2014, o volante foi flagrado no exame antidoping por uso de cocaína, e só retornou aos gramados em fevereiro do ano seguinte.
“Falar do Vila… eu até me emociono. Cheguei em um clube no qual eu havia acabado de sair do rival. Fui abraçado de uma forma que eu nunca imaginei que seria. Conquistei dois acessos (à Série B do Brasileirão e à elite do Goianão). Foi uma carreira marcante. Falar desse clube, para mim, significa muita coisa. Por mais que eu tenha vivido tantas glórias e conquistas no Atlético, hoje eu me tornei um vilanovense pelo seu torcedor. Os torcedores me abraçaram no momento em que eu mais precisei de alguém do meu lado”, reafirma.
Goiás
Jogador que não escolhia palavras para defender os clubes pelo qual jogou, Robston ficou marcado também por entrevistas polêmicas, muitas delas como respostas ao rival de Atlético-GO e Vila: o Goiás.
“Falar do Goiás é motivo também de muita alegria. O Goiás é um grande clube do nosso futebol brasileiro, não só do nosso estado. Quando a gente é jogador e defende um clube, a gente vai querer sempre o melhor. Assim era comigo, na época de Atlético e na época de Vila. Jogar um clássico é sempre bom. Quando eu falava ficava bom, porque o torcedor ia para o estádio, a imprensa gostava, e virava um clássico emocionante, que dava gosto de ver. Respeito o Goiás ao máximo, tudo o que aconteceu dentro das quatro linhas é coisa do futebol. Na época do Atlético, o Goiás me procurou, teve esse contato, mas infelizmente não deu certo”, lamenta.
Agradecimentos
Além de clubes goianos como Atlético, Vila, Goiânia, Anápolis e Goianésia, Robston atuou por times de outros estados como Botafogo, Sport, Vitória, Atlético Paranaense, Ceará e Ituano. No entanto, o volante diz que a carreira ficou mesmo marcada em Goiás.
“Quero agradecer ao estado de Goiás todo, porque tudo que eu vivi de bom foi aqui dentro. Quero agradecer ao Adson Batista, ao Guto Veronez, ao Hugo (Jorge Bravo), à torcida do Atlético, à torcida do Vila, e principalmente a vocês da imprensa, que foram pessoas fundamentais nas horas mais difíceis da minha carreira”, direciona.
Ao longo da carreira, Robston defendeu também Gama, Brasiliense, Cuiabá, Botafogo-PB e XV de Piracicaba.