Foto: Arquivo Pessoal/Facebook
A Justiça suspendeu nesta quarta-feira (4) a nomeação do presidente da Fundação Cultural Palmares, Sérgio Nascimento de Camargo. A decisão é do juiz federal Emanuel José Matias Guerra, da 18ª Vara Federal de Sobral-CE.
O pedido de suspensão foi feito em ação civil pública contra a União. Jornalista, Camargo é alvo de críticas por declarações contrárias ao movimento negro e por negar a escravidão no Brasil.
Segundo magistrado, a nomeação “contraria frontalmente os motivos determinantes para a criação” da Fundação Palmares e “põe em sério risco” que sua gestão entre em “rota de colisão com os princípios constitucional da equidade, da valorização do negro e da proteção da cultura afro-brasileira”.
Sérgio Camargo foi nomeado pelo novo secretário especial da Cultura, Roberto Alvim.
Nos autos, o juiz Emanuel Guerra afirma que não busca fazer qualquer “análise pessoal” sobre o ministro-chefe substituto da Casa Civil responsável pela nomeação de Camargo, Fernando Wandscheer de Moura Alves, nem ao próprio presidente da Fundação Palmares.
Polêmica
Nas redes sociais, onde Sérgio Camargo se apresenta como “negro de direita, contrário ao vitimismo e ao politicamente correto”, o presidente da Fundação Palmares disse que o “Brasil tem racismo nutella”, e que racismo “real existe nos EUA. A negrada [sic] daqui reclama porque é imbecil e desinformada pela esquerda”, publicou.
Camargo acrescentou que o “Dia da Consciência Negra é uma vergonha e precisa ser combatido incansavelmente até que perca a pouca relevância que tem e desapareça do calendário”.
Também nas redes sociais, Camargo publicou no mês passado uma foto da vereadora Marielle Franco (Psol), morta a tiros em março de 2018. Na postagem, o jornalista diz que “Marielle não era negra, ela era parda (mulata), mas autodeclarava-se negra por conveniência politica, para reforçar o perfil de “vítima” e “oprimida”, o que nunca foi”, e que a parlamentar “jamais será heroína legítima dos negros brasileiros, exceto para os esquerdopatas, os que estão nas biqueiras e nos presídios”.
Por volta das 18h28 desta quarta-feira (4), o perfil de Sérgio Camargo no Facebook desapareceu. Antes disso, postagens do jornalista começaram a exibir a mensagem de “conteúdo inexistente”. Não há informações se a exclusão da página tem relação com a decisão da Justiça ou com a nomeação para a presidência da Fundação Palmares.
