O Sindicato dos Atletas Profissionais do Estado de Goiás (SINAPEGO) respondeu no início da tarde desta segunda-feira (30) o ofício conjunto de Atlético, Goiás e Vila Nova pedindo entre outras propostas, a redução salarial dos jogadores em 50%. A instituição que representa os atletas das equipes, no entanto, não aceitou os pedidos e sequer apresentou uma contraproposta aos clubes.

Em entrevista à Sagres 730 o diretor jurídico do Atlético, Paulo Henrique Pinheiro, destacou que os clubes estão decepcionados com a postura do sindicato e que esperavam bom senso por parte dos jogadores.

“Um pouco surpreso e desapontado com a reposta nestes termos porque nós esperávamos que prevalecesse desde esse início o bom senso que está prevalecendo nas relações de trabalho no futebol em todas as partes do mundo e também em alguns clubes aqui do Brasil”, revelou.

Paulo Henrique Pinheiro, diretor jurídico do Dragão (Foto: Nathália Freitas/Sagres On)

Porém ele acredita que a negociação possa ter um novo desfecho, já que na manhã desta terça-feira (31) os representantes dos três times irão propor mais uma conversa com a entidade que representa os atletas.

“Nós conversamos (Atlético, Goiás e Vila Nova) e entendemos que o bom senso há de prevalecer e eles irão entender que os clubes não estão agindo de má fé. A cada dia que se passa é um contrato de patrocínio que se perde, os clubes estão fechados, não tem como ter receita. Então se não chegar a um bom termo que vai possibilitar os clubes quando retomar as competições a arcar com seus compromissos, vai inviabilizar os campeonatos, isso é fato. Não é má fé e os atletas sabem disso, tanto que os três clubes vinham cumprindo rigorosamente suas obrigações salariais. Então decidimos que vamos buscar mais uma vez o sindicato para uma reunião por videoconferência e acreditamos que vamos chegar a um bom termo. Se infelizmente não chegarmos a um situação negociável, nós teremos que tomar outros tipos de providências”, explicou o advogado rubro-negro.

De acordo com o diretor jurídico, a parte financeira do Dragão também ficará totalmente comprometida com a paralisação das competições. A diretoria atleticana vai pagar normalmente o mês de março, mas sem a certeza de como conseguirá honrar com os salários dos próximos meses.

“A situação do Atlético não foge de 99% dos clubes brasileiros. A reserva que o clube tem vai ser para honrar o pagamento do mês de março de forma integral a todos os seus atletas profissionais, comissão técnica e demais trabalhadores. Embora desde o dia 18 já não tenha mais treinamento e atividades profissionais propriamente ditas dentro do clube, todos os atletas e demais funcionários irão receber integralmente. A partir daí é 100% incerto porque não há previsão de receita, de repasse por parte da emissora detentora dos direitos de transmissão do Brasileiro, de premiação da Copa do Brasil, patrocinadores que estão suspendendo seus contratos ou buscando uma renegociação”, analisou Paulo Henrique Pinheiro.

Diferentemente do que acontecerá no rival Goiás, no Atlético a redução salarial será apenas do departamento profissional de futebol, chegando a jogadores e também membros da comissão técnica.

“A princípio estamos trabalhando com os atletas profissionais que recebem valores bem superiores aos demais. Posteriormente resolvendo essa situação nós vamos analisar também se será necessária ou não uma redução ou proposta de redução dos trabalhadores das demais áreas. Em regras são funcionários que recebem valores bem mais módicos e isso será trabalhado em sum segundo momento”, afirmou o diretor jurídico.

Quer saber mais sobre o coronavírus? Clique aqui e acompanhe todas as notícias, tire as suas dúvidas e confira como se proteger da doença