Na tarde desta quarta-feira, 27, ocorreu na 8ª vara do Tribunal Reginal do Trabalho (TRT-GO) a segunda audiência envolvendo o ex-técnico do clube, Robélio Schneiger, e o Vila Nova. Robélio cobra na justiça salários atrasados, a multa contratual que é de R$ 500 mil e os salários até o fim do contrato como previa o contrato assinado por Eduardo Barbosa, então presidente na época. No total, o Vila teria que pagar algo em torno de R$ 1,23 milhão. O clube rejeita estes dois últimos, mas não se exime de pagar os salários atrasados referentes aos dias trabalhados.
Nesta segunda audiência em nenhum momento foi tocado o assunto “conciliação”. Embora em entrevista a Rádio 730, Robélio Schneiger tenha se apresentado disposto a um acordo. Nesta quarta foi o momento de apresentação das testemunhas. Gilberto Carlos, Iron Gonçalves e Antônio Divino foram convocados pelo clube. Anibal Lucas, por ter assinado o contrato como testemunha, foi convocado pela defesa do treinador. André Goiano foi outra testemunha na assinatura do contrato, mas não compareceu. A próxima audiência foi marcada para o dia 14 de março.
A Dra Valéria e o Dr Rodolfo Otávio Mota fizeram a defesa do Vila Nova. O clube alega que o contrato não foi feito pelo departamento jurídico colorado, destaca não existir cláusulas que protegem a si próprio e destaca que os salários estão acima dos valores de mercado. Por isso foi solicitado pela juíza a inclusão do contrato do técnico Dario Pereyra e currículo como constatação desta tese reforçada pelo clube. Ouça as explicações do vice-presidente Rodolfo Mota:
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O Dr João Vicente, advogado de Robélio, entende que não houve nenhum fato novo apresentado nesta audiência e se manteve bastante tranquilo quanto aos questionamentos sobre a validade do contrato e sobre os valores dos salários apresentados. Confira a entrevista do Dr João:
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Por fim, ouvi o Robélio Cavalinho. Ele foi um dos melhores técnicos que passaram pelo OBA em 2012 – pelo menos em rendimento. Conseguiu levar o time a fase semifinal do estadual e realizava campanha regular na Série C. Atingiu o aproveitamento de 46% nos 16 jogos que comandou. Tinha a simpatia dos funcionários e jogadores. Foi atrapalhado por esta questão do contrato.
Depois que saiu do Vila Nova, Robélio não seguiu a carreira de treinador embora tenha tido propostas de América-RN e Salgueiro-PE por isso Eduardo Barbosa teria feito este contrato. Acabou indo para o Grêmio Barueri onde trabalhou ao lado do irmão como auxiliar técnico e agora está indo acompanhá-lo na comissão técnica do Oeste de Itápolis-SP. Ele revelou saudade do torcedor e o sonho de voltar a trabalhar no estádio Onésio Brasileiro Alvarenga.
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Não sou advogado, tampouco tenho a preocupação de julgar alguém neste caso. Tenho estudado para entender o caso e você, caro internauta, vai tirando suas conclusões. Prestei muita atenção no depoimento das testemunhas dos dois lados, nos questionamentos realizados e nas entrevistas.
Como a audiência é pública não vejo problema nenhum em divulgar alguns valores apresentados que me chamaram atenção. Inicialmente, no depoimento de Robélio, ele assumiu que ganhava 12 mil reais como auxiliar técnica e que não recebeu nem metade deste valor nos dois primeiros meses do ano. A partir do dia 11 de fevereiro assumiu o comando da equipe e de acordo com ele foi prometido o salário de 25 mil reais que nunca foi pago pela diretoria. Independente do valor e da competência do profissional é curioso oferecer um valor tão alto para alguém que está iniciando a carreira. Com certeza gera suspeita. Dario Pereyra não recebe estas cifras como atual treinador do Vila Nova e Hermógenes Neto não recebe um quarto do valor pago a Robélio.
Pelo que pude acompanhar durante os meus cinco anos trabalhando na cobertura dos clubes, nunca tinha visto um contrato que é feito com cláusulas protegendo apenas o treinador. Diante da filosofia enraizada neste esporte de que o resultado é a maior segurança de um técnico, é outro ponto obscuro um clube se submeter a tal situação.
As duas partes ainda vão brigar muito diante destas questões. No entanto, os conselheiros não podem deixar de cobrar do presidente do Conselho Deliberativo, que mudou o estatuto para fazer com que alguém que nem era conselheiro rapidamente assumisse o cargo de presidente executivo do clube, medidas mais duras para evitar que isto se repita. Sem contar a rejeição de Roni, tenho certeza que mereceria muito mais consideração pela história no Vila Nova Futebol Clube e por ter sido da maior revelação da base alvirrubra dos últimos tempos. Merece estar no dia a dia administrativo e um busto por tudo que já fez.