Marcos Antônio é artista plástico em Goianira e ainda não recebeu os recursos de projeto aprovado pela Lei Aldir Blanc. “Dois meses de atraso, caminhando para três meses. Precisamos de uma resposta o mais rápido possível. Está prejudicando a nossa saúde, não só minha, mas de todos os artistas”, afirmou.
A Lei Aldir Blanc de Emergência Cultural foi criada com objetivo de auxiliar trabalhadores da cultura de todo país no período de isolamento social ocasionado pela pandemia de Covid-19. Em Goiás, R$ 47 milhões foram utilizados para projetos artísticos selecionados por meio de edital, que deveriam ser pagos no final de novembro de 2021. No entanto, dezenas de artistas ainda não receberam o recurso, que varia de R$ 5 mil a R$ 200 mil.
É o caso de Guilherme, que é artesão em Aparecida de Goiânia. “Muitos de nós fizemos compromisso com esse dinheiro, comprando até matéria-prima para trabalhar e, infelizmente, até hoje não nos deram uma resposta correta. Precisamos saber o que está acontecendo”, disse.
De acordo com o superintendente de Fomento e Incentivo à Cultura da Secretaria de Estado da Cultura (Secult), Nilson Jayme, o recurso está em caixa e o problema é operacional. “Ocorre que devido ao grande número de proponentes, foram aproximadamente 7 mil, depois 2,5 mil aprovados, houve uma dificuldade de conciliar o sistema do Estado com o do banco. O banco aceita um arquivo de 50 pessoas. Se houver um que seja que não esteja com as condições adequadas, como número de conta e documentação, esse arquivo volta”, explicou.
Para resolver esse problema, a Secult informou que planeja uma alteração na forma de pagamento para os próximos editais. “Estamos em tratativas com o Banco do Brasil para que nos próximos editais, nos próximos programas que forem acontecer, que haja uma conta específica aberta no momento da inscrição. A pessoa receberia em cartão. Isso tudo ainda depende de um acerto com o banco, mas a nossa intenção é resolver essa pendência”, declarou Nilson Jayme.
Ainda segundo a Secretaria, 90% dos recursos já foram pagos. Os outros 10% que ainda restam serão depositados até o final de fevereiro.
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