As últimas semanas evidenciaram para o mundo, mais uma vez, o que são os eventos climáticos extremos. Cada vez mais frequentes em secas e chuvas intensas, temperaturas altas e baixas, eles causam alterações nos padrões do clima que já conhecemos. Assim, o professor do Instituto de Biociências da USP, Marcos Buckeridge, afirmou que a situação do Rio Grande do Sul mostra as consequências do que a humanidade está fazendo com o planeta.

“A dimensão do evento é comparável aos grandes terremotos que levaram a milhares de mortes, destruição e deixaram em seus rastros contas enormes a pagar. A diferença é que terremotos são fenômenos naturais não ocasionados por seres humanos. Já as alterações no clima e seus efeitos são”, explicou.

Marcos Buckeridge escreveu um artigo para o Jornal da USP intitulado “O negacionismo raivoso e a aceitação da ciência das mudanças climáticas”. Nele, o professor questiona o que é preciso fazer para amenizar os impactos de fenômenos da magnitude das enchentes do Sul do país? Para Buckeridge, a resposta é nos prepararmos para esses eventos climáticos.

“É preciso planejar e se preparar. No que se refere à infraestrutura, planos bem feitos e bem aplicados funcionam bem. O problema maior está em lidar com os seres humanos. Isto porque a maioria das populações apresenta uma parcela de negacionistas que atrasa a execução de planos”, disse. 

Negacionismo climático

“Esses grupos sociais [negacionistas] se tornam corresponsáveis pelas mortes e danos que vemos em eventos climáticos extremos como o do Rio Grande do Sul”, argumentou. 

O professor destacou que os negacionistas são enganados por eles mesmos e que os “fenômenos de negação coletiva da ciência são tão antigos quanto ela própria”. Mas o que seria esse negacionismo climático?

“A negação coletiva é um fenômeno social de massa. Ela ocorre quando grupos sociais capturam uma ideia, que pode ser algo produzido pela ciência, e a transformam em uma ideologia”, contou. Então, o professor Marcos Buckeridge alertou no artigo para o surgimento de notícias falsas, o que atrapalha as ações de combate e prevenção. Além disso, destacou a necessidade da aceitação das alterações climáticas.

“Talvez a conscientização do perigo dos eventos climáticos extremos que nós mesmos estamos induzindo no planeta nos leve a refletir melhor e passar diretamente para a aceitação, que é o melhor lugar para estarmos se quisermos evitar as mortes e a destruição que afetarão esta e as próximas gerações”, apontou. Ademais, leia o artigo na íntegra no Jornal da USP.

*Este conteúdo está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), da Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU). Nesta matéria, o ODS 13 – Ação contra a mudança global do clima.

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