No Hospital de Doenças Tropicais (HDT), em uma tenda, estão sendo feitos testes rápidos para doenças sexualmente transmissíveis como HIV, sífilis e hepatites b e c. O resultado sai em poucos minutos. Testes como estes são importantes já que 135 mil brasileiros tem o vírus da Aids e não sabem, segundo o Ministério da Saúde. “Nunca tinha feito estes exames, estava passando por aqui, vi que eram feitos de graça e deu tudo negativo”, diz o feirante Juvenil José.

Os testes, são uma das ações realizadas hoje no HDT para marcar o Dia Mundial de Combate à Aids, comemorado ontem, e o início do Dezembro Vermelho, mês de conscientização e combate à Aids. Uma equipe da Defensoria Pública do Estado também dá orientações sobre direitos das pessoas com HIV.

Foto: Sagres TV 

O diretor-geral do HDT Roger Moreira, disse que quanto mais cedo a doença for descoberta e o tratamento iniciado rapidamente, mais aumentam as chances de que a enfermidade não se instale no organismo. O paciente tem o vírus, mas a doença não se manifesta. “Hoje aqui estamos com uma equipe multidisciplinar para fazer o exames e caso o teste dê positivo, profissionais, como psicólogos, vão dar orientações e já encaminhar para o início do tratamento”, explica Roger Moreira.

Aids em Goiás

O boletim divulgado pela Secretaria Estadual de Saúde mostra que de 2007 até hoje, foram notificados 9.068 casos de HIV em Goiás. Só em 2018 foram 1.551, um crescimento de mais de 600% em relação a 2012: “Esse crescimento seria resultado dos testes rápidos, que facilitaram o acesso ao diagnóstico, e também porque a notificação da doença passou a ser compulsória, obrigatória”, explica a coordenadora do Programa IST/Aids em Goiás Milca Queiroz. Ela conta que 70% dos casos de HIV ocorrem em jovens entre 20 e 39 anos de idade.

Houve redução de 11% das mortes em função de AIDS entre 2015 e 2017. Nesse mesmo período, também caiu pela metade a quantidade de casos de transmissão vertical, que é quando a grávida transmite o vírus para o bebê que espera. “Se o pré-natal e o tratamento forem bem feitos, o risco da transmissão vertical cai a menos de 1%”, explica Milca Queiroz.

Referência no assunto

O HDT também trouxe para uma palestra o diretor do Departamento de Imunologia da Faculdade de Medicina da Universidade Johns Hopkins, dos Estados Unidos Antoine Azar. Ele é considerado uma referência mundial em imunologia e falou sobre o tema: “Perspectivas atuais e futuras para pacientes adultos com imunodeficiência”.

O dia também foi de protestos

Durante o evento, houve protesto no HDT. Com balões e cruzes representando luto, pacientes, integrantes de Organizações Não-Governamentais (ONG), do Conselho Estadual de Saúde e do SindSaúde denunciavam piora e demora no atendimento. A integrante do Conselho Estadual de Saúde e da direção do Sindsaúde, Luzineia Viera, explicou problemas que vão desde falta de alguns medicamentos, a demissão de funcionários. A vice-presidente da Associação Grupo Aids Apoio Vida Esperança (Grupo AAVE), diz que desde outubro, 7 médicos foram demitidos, o que deixou o atendimento mais lento.

Resposta do HDT

Em nota, a Assessoria do Instituto Sócrates Guanaes, que gerencia o HDT, informou que os desligamentos e substituições de colaboradores são realizados seguindo critérios técnicos após rigorosa análise dos gestores imediatos. E que o quadro de colaboradores mantido supre toda a necessidade operacional do HDT, garantindo a qualidade da assistência e o cumprimento de todas as metas pactuadas no contrato com a Secretaria de Estado da Saúde.

Quanto ao serviço de pediatria, a nota esclarece que tanto a internação quanto o ambulatório e a emergência estão funcionando normalmente. Já em relação à denúncia de desmonte da equipe médica e de enfermagem na emergência e demora para consultas, o HDT esclarece que o hospital possui um quadro adequado de infectologistas, dermatologistas e especialistas para atender à demanda. Já o serviço de Cosmiatria (uma subespecialidade da área da dermatologia voltará a funcionar a partir de fevereiro.

Segundo a nota, os aparelhos de colonoscopia, broncoscopia e ecocardiograma estão funcionando normalmente. Já o aparelho de colposcopia está sendo providenciado para reiniciar a realização de exames o mais rápido possível. Por fim, a nota informa que os medicamentos necessários para o atendimento de qualidade aos pacientes estão disponíveis na farmácia, tanto para os pacientes internados quanto para os que fazem acompanhamento.

Confira a reportagem de Silas Santos

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