Neste 2 de abril de 2020, o Atlético Clube Goianiense celebra 83 anos de fundação. Com tantos anos história, não é nenhuma surpresa que grandes jogadores fizeram parte da trajetória de um dos clubes pioneiros do futebol em Goiás, criado em 1937. Entre eles, Márcio, que defendeu as cores rubro-negras por uma década. Ninguém conquistou tantos títulos quanto o ex-camisa 1, bicampeão brasileiro e tetracampeão goiano.
Como parte da homenagem do aniversário do Atlético, a reportagem da Sagres 730 entrevistou personagens que dividiram sua vida com o clube e não poderia ser diferente com o ex-goleiro atleticano. Nos números oficiais, Márcio fez 532 partidas entre 2007 e 2016, conquistando neste período quatro vezes o Campeonato Goiano (em 2007, 2010, 2011 e 2014) e duas o Campeonato Brasileiro (a Série C de 2008 e a Série B de 2016).
Segundo o sergipano, “costumo dizer que tenho dois aniversários, o meu e quando o Atlético festeja mais um ano da sua existência. Foram momentos mágicos em uma década de muitos sucessos e alegrias, claro que algumas tristezas também, mas no somatório geral a alegria foi bem maior. Parabenizo o Atlético pelo crescimento do clube nessas últimas duas décadas e espero que continue cada vez mais crescendo, tendo jogadores que representem bem a camisa do Atlético e que consiga fazer mais seu torcedor feliz”.
Márcio (Divulgação/ACG)
Revelado pelo Bahia e também com passagens por Fortaleza, Goiás, Ipatinga e Goiânia, Márcio relembrou que após passagem rápida no futebol cearense “estava me sentindo no momento de recomeçar a carreira e queria muito jogar. Eis que veio o Atlético na ligação do Adson (Batista, então diretor de futebol), me propondo o convite de participar do projeto. Prontamente aceitei, mesmo sabendo que o clube estava ressurgindo, mas via ali uma oportunidade de começar a jogar e despontar no cenário nacional”.
Ex-Goiânia, Vila Nova e Goiás, na época seu companheiro no Fortaleza, o ex-atacante Finazzi também participou da ida do goleiro para o Atlético. O atual treinador do Goiânia recomendou a mudança para o novo clube, ressaltando que seria um lugar para Márcio retomar a carreira, e “acabou que isso realmente aconteceu. Já no primeiro ano fomos campeões em cima do Goiás. Mas foi muito casual, o Adson relatou posteriormente que tinha me visto jogar pelo Bahia contra o Flamengo, lembrou de mim e fez o convite”.
Além da liderança, outra marca do ex-camisa 1 rubro-negro foram os gols marcados. No futebol brasileiro, apenas Rogério Ceni fez mais. Dos 40 registrados oficialmente, 37 foram pelo Atlético. Márcio recordou que “já treinava há muito tempo desde as divisões de base pelo Bahia. O primeiro treinador que me deu a oportunidade de começar a treinar foi o Marcelo Chamusca, que foi meu treinador na base durante um bom tempo. Como vi que aquilo era uma coisa que poderia ajudar a equipe, comecei a treinar para fazer isso”.
“O Rogério abriu esse precedente para todos, então se alguém chegasse perto do que ele fazia, com certeza os treinadores deixariam. Quando subi para o profissional, coincidentemente o treinador era o Vadão, que foi treinador do Rogério no São Paulo, então isso facilitou. Não fiz gol no profissional do Bahia, porém cobrei uma falta e ficou uma marca. Meu primeiro foi aqui no Atlético, contra o Vila, e isso me credenciou a continuar”, lembrou goleiro, que marcou na vitória de 3 a 2 sobre o Vila Nova pela Série C de 2007.
E como definir o Atlético? Para Márcio, “acredito que é organização. O Atlético é organizado dentro e fora de campo, as vezes que tinha um problema não se abria mão da organização. Nem o time, quando estava com problema no jogo nunca desorganizávamos. E o clube também não, poucas foram as vezes que o clube se desorganizou fora do campo, então na minha opinião organização é o que define o Atlético”.
Ouça na íntegra a entrevista do ex-goleiro Márcio sobre os 83 anos do Atlético-GO:
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