O vice-presidente da República, Michel Temer (PMDB), em um áudio enviado a líderes de seu partido, discursa como se já tivesse dado como consolidado o impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT). No arquivo, Temer fala inclusive em manutenção de programas do governo, e dá a entender que fala como se estivesse prevendo uma gestão na qual ele estará à frente.
Ouça o áudio na íntegra: {mp3}stories/2016/Abril/MICHEL_TEMER{/mp3}
“Nós todos sabemos que o Brasil ainda é um país pobre e, portanto, e eu sei que dizem de vez em quando que, se outrem assumir, nós vamos acabar com o Bolsa Família, com o Pronatec, com Fies. Isto é falso, é mentiroso e é fruto desta política mais rasteira que tomou conta do país. Portanto, neste particular, eu quero dizer que nós deveremos manter estes programas e até, se possível, revalorizá-los e ampliá-los”, enfatiza.
Além de descrever os programas como se planejasse a continuidade destes, Temer fala ainda que é preciso tempo para organizar o país, e que a crise não será superada a curto prazo, e fala em governo de transição.
“Não pensemos que se houver uma mudança no governo, em três ou quatro meses estará tudo resolvido. Em três ou quatro meses pode começar a ser encaminhado, para resolvermos a matéria ao longo do tempo. Se houver este governo de transição, ou se não houver, fica esta sugestão que estou fazendo para o governo que vier a manter-se, ficam estas sugestões que, reitero, não são sugestões por mim, que não foram formuladas ou formatadas neste momento, mas que foram feitas ao longo do tempo”, esclarece.
Além das declarações, o vice admite quese recolheu “há mais de um mês para não aparentar que eu estaria cometendo algum ato, praticando algum gesto com vistas a ocupar o lugar da senhora presidente”.
A votação que decidirá a deposição ou continuidade de Dilma Rousseff à frente da gestão nacional se dará neste domingo (17). Se for aprovado, o pedido de impeachment da petista seguirá para o senado federal.